Não
existe coincidência e nem por acaso...
Revendo arquivos de
crônicas passadas e vividas encontro essa “pérola” que o mestre tempo esculpiu do nácar pessoal e se
incorporou a mim. Tem a face de um cristal autobiográfico e brilho do presente,
nessa “aldeia” incrustada nas fraldas do Espinhaço.
Imagem virtual
Ah, esse cara tem me consumido a mim e a tudo
que eu quis.
Com seus olhinhos infantis,com os olhos de um bandido.
Com seus olhinhos infantis,com os olhos de um bandido.
( Caetano Veloso)
Hei! Tem um sujeito
me olhando de dentro do espelho meu...
Ah! Esse “cara” tem os olhos gulosos
pra saborear novos saberes, mesmo grisalho e o mal, passado. Os ouvidos atentos
à percepção dos ruídos das agressões que esse mundinho maluco “apronta”, à mãe
natureza. A fala e o punho “sinistro” que escreve e descreve seus sonhos
realizados ou ainda na “boca de espera”.
Pacato cidadão, exerce seu gozo de vida em
“estado de sítio” cercado de montanhas e verde. Sem dinheiro no bolso, sem
amigos importantes, exceto o Beethoven e a Magali, ambos de fidelidade canina.
No berço da
juventude podaram seus planos e decapitaram mais um de seus devaneios, quando a
ditadura meteu “o pé na bunda” e o alijou da Engenharia de Minas na UFMG.
”Ficou de quatro”, no quarto ano. Tarde, mas maduro, se graduou e se deliciou
no curso da História, excelente janela para ler e se enamorar das Minas que são
Gerais. É feliz, por compreender que de árvore boa provém bons frutos. Vieram
os filhos, três raras estrelas de brilho singular e inteligência multifária. Um
médico ortopedista, uma pediatra, ainda infante na profissão e o caçula e
biólogo que optou em seguir carreira no MPU, lá em Brasília. Todos
têm um “curriculum”, com o pé na mesma estrada; a UFMG, na Capital das
Alterosas. O mais velho, ficou em primeiro lugar no vestibular em Medicina,
passou em quatro universidades, inclusive a de Campinas, UNICAMP.
Filhos- boa
semente, plantada no futuro. No reflexo de todos, um pouco de sua luz, na
versão light (leia-se alvorada). O significado disso é que continuará
sobrevivente dia- após- dia.
Êta trem bão, sô!
Tá rindo à toa, ainda que caminhante solitário. Haja saco para sustentar esta
solidão cacete!
A piroga do
seu casamento naufragou - perdida em um amazonas de dúvidas, preconceitos,
prejuízos e medos. Tal qual Ulisses (o brasileiro) em sua odisséia política,
virou plâncton, alimentando peixes e se desintegrou.
Atente para
esse paradoxo na sua escalada: viver sozinho entre paredes de uma casa grande e
ser escravo na senzala das dificuldades de uma pequena atividade, mesmo tendo
uma grande idéia na cabeça! Ter a mesma cuca plugada com o mundo e estar ilhado
em um mar de montanhas, cercado de atraso e terras raras de solidariedade,
respeito, amizade. Deste mesmo meio, um consórcio funde a inveja, orgulho e
ciúme, num banquete diário, onde até os miseráveis são comensais.
Possui a identidade ambientalista, forjada no calor dos atritos e desafios superados, nesta “ilha” mediterrânea, divorciado das algemas do progresso capitalista.
Pedras e natureza, harmonia, equilíbrio e beleza. "Se calarem a voz dos profetas, as pedras falarão. Se fecharem os poucos caminhos, mil trilhas nascerão."
Meu caminho é de pedras, eu não posso parar
Fala das Pedras
Possui a identidade ambientalista, forjada no calor dos atritos e desafios superados, nesta “ilha” mediterrânea, divorciado das algemas do progresso capitalista.
Tem
razoável pertencimento à causa da natureza “Green and Peace”.Se não de todo
verde é um ser camaleônico pintado nas cores do otimismo, e da esperança.
Esse cara,
“não joga a toalha, entregando o jogo no primeiro tempo”. É determinado, e
bastante resiliente, deseja que você, leitor amigo, esteja bem, munido de
paciência para “mergulhar nesse regato de letras claras e emotivas”. Águas
vazadas de um ser que aprendeu com o amor, a construir pontes para atravessar o
rio da vida.
Esse sujeito que tem um quê de Narciso,
mirava-me, na virtualidade das palavras digitalizadas. Entrou pro lado de fora
do espelho, incorporou-se a mim e é de real valor.
Com
certeza, esse homem, não retém a pegada fria e dura fixada na pedra, qual uma
dissertação rasa e formal. Contudo, expressa a porção interna e a parcela
externa vivenciadas nesse burgo de beleza cênica e de atores cínicos.
Personagens que atrelam o povo, à sua cela de comando, carreados em selas bem
aclimatadas. Acomodam-se nos distintos estratos do poder, temporal. Oxalá
paguem o preço da ousadia, na saída, ao apito final da partida...
Faladaspedras
Gouveia MG
13 de Dezembro de
2010
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