sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Atenção, atenção... Poetas, seresteiros, namorados correi: a estação do amor marca presença em nossos corações, a partir da alvorada de amanhã, 22/09/2012.



É a prima Vera anunciando a sua chegada em nossa casa. Vamos recebê-la com uma sagração: By Antônio Vivaldi - Orquestra Filarmônica de Israel, em Mi maior.

·         Uma pequena homenagem à PRIMAVERA, esta dona-moça sempre linda, que volta a nos visitar, amanhã pela manhãzinha trazendo-nos o presente das flores, de dias lindos e da chuva benfazeja, na sonoridade alegre dos passarinhos reciclando vida,visitando velhos ninhos...
Seja bem-vinda PRIMAVERA!!! Promova em nós a alegria pura, feito você!!!
 

Remake de sessão nostalgia
 
O exagerado artista Cazuza, diz que o tempo não para e pede para cada um de nós (Brasil) mostrar sua cara. É preciso estar atento e forte, pois não temos tempo de temer a morte, quem sabe faz a hora, não espera acontecer (mestre G. Vandré). O que a vida quer da gente é coragem, como afirma o lapidador de palavras, Guimarães Rosa.  
Esse  texto é de 22 de setembro de 2004, início de nova temporada das flores e de amores, alguns eternos como o que sinto com os filhos, em especial Mariana que estava se preparando para o vestibular de medicina. Sete anos se passaram, hoje a menina Mariana se transformou em uma pediatra, fruto de seus sonhos da velha infância. Daí as minhas orientações à época. Em 2010, seu estágio rural foi realizado na bucólica Santana do Riacho, entre cachoeiras, águas cinéticas e a beleza da Serra do Cipó. Ao final desse texto complemento comentário sequencial, na etapa deste seu aprendizado junto às pessoas locais, alguns malucos, outros deprimidos, ou ainda ansiosos e na sua maioria felizes em meio a natureza.
                                             ADAPTE-SE CAMALEOA

Aqui é um bom lugar de se viver – Dizia Peter Wilhelm Lund a respeito da vila de Lagoa Santa, que escolheu para morar por 45 anos, em pleno século XIX. Recém-chegado, então médico e rico, nascido na capital da Dinamarca, na fria Copenhague. Tão bom lugar, que escolheu para viver, que se permitiu enterrar seus ossos debaixo de um frondoso pequizeiro. Ao som da Sta. Cecília, banda que criou e financiou sua existência. Também teve tempo para servir às pessoas daquela comunidade de cerca de 500 almas, com a cura para seus males, usando de sua formação acadêmica, sem cobrar nada por isso. Legal, não é? Por amor, ficou na história, como o homem dos ossos diluvianos, “O Pai da arqueologia no Brasil”.
 Mariana, por que este intróito? Explico: também sou da capital, não sou médico, tampouco rico. Porém sinto que o arraial da dona Maria Gouveia é um bom lugar pra se viver. Sempre me pergunta se estou bem. Como vai o trabalho não é? Esta introdução se identifica com o meu viver. Um dos meus sonhos é chegar mais fundo com a mais presença da natureza, morando no Engenho, próximo às águas que tanto gosto. Não sofro nenhum complexo de rejeição por ter vivido na Savassi e querer descansar à sombra de um pequizeiro (que há muitos anos no Engenho), você sabia? Sabia também que o pequi é o fruto símbolo do cerrado, e sua árvore está virando carvão, triste não?
Como diz Caminha em sua carta: -“ Em se plantando tudo dá”. Eu digo: - Em se extraindo, pedras dá. Cada um tem o solo que merece: veja os árabes, seu deserto, seu petróleo.
Assim como o rio, aprendi com a vida a contornar os obstáculos, desviar se necessário, ter paciência, enfrentar desafios, reduzir a marcha, ganhar forças, seguir em frente e se entregar pro mar. Mar agora metáfora de vida. Mar calmo, bons ventos, céu de brigadeiro. Encapelado, borrasca, tornado. Aí sim, quero ver o gentil marinheiro equilibrar o barco. Aprender a navegar tempestades, afina a tenacidade do homem e da mulher. Assim procuro ser exemplo de resistência e perseverança. Mais que palavras soltas ao vento, atitudes semeadas frutificam e prosperam, não é mesmo, Mariana?
“Eu tenho uma espécie de dever, dever de sonhar, de sonhar sempre... invento palco, cenário para viver meu sonho entre luzes brandas e músicas suaves.” (Fernando Pessoa).
Seu pai na pessoa de Fernando é um tanto poeta, mesmo tanto sonho. Sonho em ser feliz, realizar planos, amar e ser amado. Filhos já os tenho. Por que não, sermos felizes e com ânimo sempre? Outra qualidade deste Fernando em pessoa, é ter paciência para começar de novo... Qual pedra que rola ao sabor da água, que tanto persiste até fura.
Lidar com a pedra bruta (que somos) é tarefa árdua, desafiadora. Porém com tenacidade a vitória vem gostosa, como o brilho do diamante. Assim é a vida: “Rolling Stone”, mas sempre pra frente! Caindo e aprendendo a levantar com a pedra de toque, solução para a equação (e problemas) que a natureza, matemática, se apresenta.
Assim também sua etapa no vestibular. Exige tenacidade, perseverança, paciência, dedicação. No Brasil, o concurso é hoje um apertado funil de gargalo sócio-econômico, bastante anoréxico. Infelizmente ainda tangemos o estudante, qual gado de corte. Os selecionados são os de alforje mais recheado de dinheiro, em detrimento àqueles de cérebro privilegiado.
Creio que há meios de se diferenciar e chegar à frente da manada.
Como? Aí está o “xis” daquela equação.
Aos poucos, em doses homeopáticas de saber, podemos juntos caminhar nestas veredas antigas, abertas há muitos séculos, pelos gregos.
Como inquirir, como investigar as questões existenciais, são ferramentas desenvolvidas pelos filósofos: Sócrates, Platão, Aristóteles, etc. As portas e janelas da ciência moderna, da empiria, foram abertas pelos amantes da verdade, os helênicos. Philos, amante amigo, Sophos, equivale à verdade, sabedoria.
A medicina e a psicologia (veja o Freud com seus complexos, inspirados na mitologia). Hipócrates já falava em saneamento, ecologia, cura pela natureza, nos primórdios, como “Pai da medicina”. Holos o todo, o homem. Saúde integral, saúde holística, não a medicina de especialidades, qual gavetas repartindo o corpo em fatias, cada profissional atende e cobra a cada consulta.
Felizmente há um conceito que emerge de volta: o médico de família, resgatando valores e a auto-estima dos membros do grupo familiar. Espécie de confidente, conselheiro, mais próximo de uma cura eficaz para a “célula da sociedade”.
Por agora quero registrar como estas mentes brilhantes e sábias, exercitavam com “haltere – pensamento”, suas lúcidas cabeças.Assim como a moçada de hoje, aumenta a musculatura de seus bíceps, aqueles atletas mentais praticavam até o limite do possível, o mundo das idéias, o plano metafísico, para que as questões que os atormentavam alcançassem a luz do esclarecimento.
Investigavam, dialogavam, perguntavam sobre cada fato novo. Um dinâmico aprendizado, no qual o discípulo e o mestre revezavam posições no degrau da evolução.
A mente que se abre para uma nova idéia, jamais volta ao seu tamanho original” (Albert Einstein).
Certa vez perguntaram a Sócrates, já idoso, experiente, cobiçado pela sua sabedoria e domínio das palavras:
- Mestre, o senhor tudo sabe?
- O que sei é que nada sei.
Mariana, a humildade é discípula da sabedoria.
Um beijo e minha benção seja feliz!
Também lhe amo. Não sei se muito. Só sei sentir que nada, é pouco. Sei que não é nada, o que sinto. Espero que absorva da leitura os mecanismos que auxiliarão você, no primeiro degrau ainda. Para se diferenciar e se destacar e alcançar o sucesso.
Seu pai,
.Never forget that’s spring ever beginning inside us.
Mariana,
Exceto a primavera que ainda vem chegar, essa carta é bem atual e responde a alguns questionamentos de sua vivência aí em meio à natureza pródiga de cachoeiras e deprimidos e ansiosos. Ótimo laboratório, então labore. Poucas almas, profundos problemas. Idênticos aos que o jovem médico Lund enfrentou em seu internato rural na Lagoa Santa (por sua conta própria). Vê-se que acertei na medida em 2004, às vésperas de seu intróito na academia. Incentivei-a com essa crônica (meu modo de enxergar o mundo). Pelo jeito continuo vendo da mesma maneira, a miopia mental não tomou conta de meu cérebro jovem em carcaça gasta. Fala, cale-se! Gouveia- 10/02/2010.
                   


             Como dizia a bela diva do cinema dos anos 50, Greta Garbo, I want to be alone ! Sorry, I must close. Fernando.


 
 

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