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Uma gota d’água determinada quer virar regato dentro
de mim
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Plantei há vinte e oito anos, com
essas mãos calejadas pela dor, cinco mudas. Faz pouco, um brilho de luz do sol
me convidou ao quintal. Um banho de chuva, lento e gradual, promoveu um
progresso esplêndido no micro cosmos de meu privilegiado espaço verde. Direto
ao pau da fruta, direto ao ponto; quem carpiu a dor, agora tem o verniz pra dar
fino acabamento ao seu cultivo de palavras. O mesmo amor se plantou aos pés da
“doce neguinha” de quem o mineiro e presidente bossa nova, tanto gostava. Um
reflexo clareou meu pensamento; compreendi mais uma vez que sou feliz por
captar sutilezas no meu ser, em matura metamorfose. Filho da mãe, filho da
natureza, embora vivendo entre homens rudes, consegui servi-los e não tenho
saudade do meu futuro de ex- engenheiro. Tenho agora, o soldo descompromissado
de um simples gozo. Chupar jabuticaba, de árvore por mim zelada e a certeza
afinada na experiência vivida do que plantei no terreno desconhecido do coração
dos três filhos. Três filtros severos que depuram, analisam e diagnosticam
minhas palavras, pensamentos e especialmente atitudes. No tempero das emoções,
na expressão dos sentimentos, na inteireza do afeto positivo, em cada dia
renascido em meu peito.
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Três filtros severos que depuram, analisam e diagnosticam minhas palavras, pensamentos e especialmente atitudes. |
Tal qual a jabuticabeira geratriz
de frutose e seu ciclo virtuoso, a abelha transforma néctar coletado em
trabalho árduo. É regurgitado e fermentado até ser mel.
Simples caminhos que a mãe natureza mapeou aos seus menores
e melhores filhos.
O que me satura de
riqueza é perceber qual florada intensa em meu jardim, um riozinho de
cristalino veio, nascido de um pingo d’água, determinado a crescer,
ziguezagueando meu corpo e minha alma.
Feliz idade a todos que plantaram
boas sementes em seu passado.
Carpe Diem e o feriado também.
Faladaspedras
15/11/10
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