terça-feira, 2 de abril de 2013

MÃE TERRA, MÃE SAGRADA, PACHAMAMA






                 Madre naturaleza


Quero sempre que posso, me aconchegar no colo da Mãe Natureza, nesse lugar todinho meu


             Neste minifúndio limitado ao perímetro de uma página em branco, atualmente guardado na memória farta e veloz de um micro computador, faço minha leitura de mundo. Cuca fresca, mente arejada, pois bons ventos sopram, (ou sussurram idéias poéticas?) promovendo fantásticas viagens, deslumbrantes roteiros, agenciados por pensamentos robustos, registrados em diário de bordo e formatados em crônicas.
Lembra-se, dedicado leitor, daquela sábia sabiá que se deliciou cantando enquanto bicava a polpa da “neguinha doce”, no meu quintal? Minha parceira avoante, em consórcio de namoro à natureza, responsável pelo desenvolvimento sustentável, dessa atual geração de três viventes em seu ninho. Uma cumbuca de argila, fios de amor trançados, entre folhas secas, penas e ramos. Construído pacientemente, com a arquitetura leve e elegante de uma invertida e frágil Ópera de Arame, enrolado a um pé de jabuticaba, por mim plantado, lá no passado.


Três seres viventes, fios de amor, entrelaçados


Sabiá- Laranjeira, ave símbolo do Brasil que canta durante a estação do amor. É meu destaque feminino, nesse carnaval de cores alegres que  a Primavera transformou meu fundo de quintal. Feudo  de domínio do amigo Beethoven, vira-lata sem nenhum complexo, como alguns brasileiros insistem  em  ser, cativos dessa algema de inferioridade. Ele convive com autoridade canina, superando o desempenho do personagem italiano de novela global, semeando sua trígamia, entre a preta e capenga Quitéria, a balzaqueana e melancólica Magali e uma cadela jovem, muito magra e agitada, de pelo curto, a Amarela. Todas, assumidamente “SRD” (sem raça definida), ou de taxonomia “PO” (puras de origem), vira-lata com certificação. Igual ao macho que as cobre, de nome estrangeiro, emprestado de um gênio surdo e musical.



Nesse abraço, eu me rendo à cumplicidade da amizade sincera da Magali  


                         Precisa nem latir, rainha Magali, seus olhos denunciam a ausência da carícia essencial.
                        A mesma carência, presente no DNA, gestado e herdado da célula familiar,
                        na qual sobreviveu os derradeiros sete anos. 


Beethoven admirando o brasão gravado em pedra, de seu equilibrado sultanato




Existem ainda, duas gerações de gatos coabitando o mesmo espaço, pra desespero dos três filhos graduados nas ciências de vida e saúde. Felizmente, eles vêm acentuando a qualidade de afeto e estreitando o intervalo das visitas à casa paterna. Relação custo-benefício proativa que os remete à infância e lhes restaura o equilíbrio, solapado no agito da grande capital. Assoreados pelo tempo apressado, um gargalo estreito que, degrada a qualidade de vida de quem sofre o efeito estufa, na muvuca de um triste horizonte, tom cinza  tingindo de poluição, a imponente Serra do Curral  Del Rey. O predador- mor, na selva de pedra esclerosada é o capitalismo, instrumento social que o próprio homem sado- masoquista inventou.
Macacos me mordam! Ainda bem que larguei de ser bicho grilo, “antenado” e urbano, me adaptei nesse nicho de verde e muitas montanhas. Grilo de pouco “grilo”, escrevente e falante, é o que me tornei...







"El VIEJO NIÑO" E A NINHADA  ABENÇOADA
                .
                     Almas cativas de um mesmo sentimento, revelado no cristalino brilho de um olhar em comum.
        Caras e bocas flagradas em único e especial sorriso, me incitam a deixar registrado no baú de boas memórias:
                                    “GRACIAS,  GRACIAS  À  LA   VIDA QUE  ME  HAY  DADO  TANTO”


          Conflito de gerações

                            Para aplacar a sanha dos ratos e aranhas, é preciso o “crescei e multiplicai” pros gatos.
                               O pai, adaptado à “evolução das espécies” em sua casa no campo dá colo de mãe,
                                        pros filhos evoluídos, nas pragas e doenças e de fartura na inteligência.



Queira “Díos y La madre naturaleza” que eu continue sonhando e me encontre no futuro, plantando idéias adubadas com amor, colhendo frutos nesse Mini Mundo que não é Gramado. Fica no coração de Minas, no Espinhaço, agarrado à Diamantina, terra de um grande homem, tocador de sonhos e construtor de Brasília.

Entre luz branda e música suave engenho cenário e palco pra realizar meu sonho diário 

                                        Pedra, Pachamama, Inca, Pachacuti, Cuzco, Peru, Ouro

                                            Sonho de um "niño" alcançado - Machu Picchu !!!
                                                              Fantástica realidade



Faladaspedras
Gouveia, 20/11/2010

          Nesta mesma data e a partir desse Novembro, no ocaso do governo Lula, mais um feriado. Mais um incentivo, ao desenvolvimento da ociosidade, foi decretado... Imagine caro leitor se, o pardo, o mulato, índio, branco, amarelo, mestiço, além do “homenageado” de raça negra, pleiteassem o mesmo? Seria uma gorda semana, “feriadona”! Ócio estatizado, a serviço da politicagem social. 

Dia da consciência negra?... 

                                          
Cena da Casa Grande & Senzala
Mucamas, servos e seus donos. Sobras e migalhas às crias
Pintura de Jean Baptiste Debret


                  
                                                          A beleza e a sensualidade mulata, imortalizada na tela de 
                                                         Di Cavalcanti, resultante direta doimpacto ambiental positivo,
                                                        da opressão branca e a sujeição negra ,na geografia tropical
                                                        da Baía de Todos os Santos e da Guanabara, onde se dizia que
                                          não havia pecado do lado debaixo do equador.

Despido de rótulos, mais ainda preconceituosos que vestem a nudez escancarada da miséria socioeducacional de nosso povo, independente da raça, sugiro: Deixar de ser um dia cravado no pé do calendário e passar a ser durante o ano todo, um jardim da infância da convivência cidadã, onde possamos permutar flores da experiência de cada um.
Permitir-nos, construir uma ponte para dialogar com o outro. Como a criança que dá sua mão, despreocupada com a cor da pele, da mão que a une à roda de ciranda. Sem medo de ser feliz. Ser criança é simples assim...

Fernando Antônio Linhares de Araújo

Um comentário:

  1. É tão profundo que me faz calar, mas não me impede de sentir que a sociedade está cada vez mais doente, mais distante do ideal que Deus nos ensina:"Amar ao próximo como a ti mesmo"( sem preconceito de raça e credo).Perceber o ser interno, além da fina estampa externa.
    Sem medo de ser feliz!
    Maria Ideania de Souza

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