Madre naturaleza
![]() | |
Quero sempre que posso, me aconchegar no colo da Mãe Natureza, | nesse lugar todinho meu |
Neste minifúndio limitado ao
perímetro de uma página em branco, atualmente guardado na memória farta e veloz
de um micro computador, faço minha leitura de mundo. Cuca fresca, mente
arejada, pois bons ventos sopram, (ou sussurram idéias poéticas?) promovendo
fantásticas viagens, deslumbrantes roteiros, agenciados por pensamentos
robustos, registrados em diário de bordo e formatados em crônicas.
Lembra-se, dedicado leitor,
daquela sábia sabiá que se deliciou cantando enquanto bicava a polpa da
“neguinha doce”, no meu quintal? Minha parceira avoante, em consórcio de namoro
à natureza, responsável pelo desenvolvimento sustentável, dessa atual geração
de três viventes em seu ninho. Uma cumbuca de argila, fios de amor trançados,
entre folhas secas, penas e ramos. Construído pacientemente, com a arquitetura
leve e elegante de uma invertida e frágil Ópera de Arame, enrolado a um pé de
jabuticaba, por mim plantado, lá no passado.
Sabiá- Laranjeira, ave símbolo do
Brasil que canta durante a estação do amor. É meu destaque feminino, nesse
carnaval de cores alegres que a
Primavera transformou meu fundo de quintal. Feudo de domínio do amigo Beethoven, vira-lata sem
nenhum complexo, como alguns brasileiros insistem em
ser, cativos dessa algema de inferioridade. Ele convive com autoridade
canina, superando o desempenho do personagem italiano de novela global,
semeando sua trígamia, entre a preta e capenga Quitéria, a balzaqueana e
melancólica Magali e uma cadela jovem, muito magra e agitada, de pelo curto, a
Amarela. Todas, assumidamente “SRD” (sem raça definida), ou de taxonomia “PO” (puras
de origem), vira-lata com certificação. Igual ao macho que as cobre, de nome
estrangeiro, emprestado de um gênio surdo e musical.
![]() | |
Nesse abraço, eu me rendo à cumplicidade da amizade sincera da Magali |
![]() |
Precisa
nem latir, rainha Magali, seus olhos denunciam a ausência da carícia essencial.
A mesma carência,
presente no DNA, gestado e herdado da célula familiar,
na qual sobreviveu os derradeiros sete anos.
![]() |
Beethoven admirando o brasão gravado em pedra, de seu equilibrado sultanato |
Existem ainda, duas gerações de gatos coabitando o mesmo espaço, pra desespero dos três filhos graduados nas ciências de vida e saúde. Felizmente, eles vêm acentuando a qualidade de afeto e estreitando o intervalo das visitas à casa paterna. Relação custo-benefício proativa que os remete à infância e lhes restaura o equilíbrio, solapado no agito da grande capital. Assoreados pelo tempo apressado, um gargalo estreito que, degrada a qualidade de vida de quem sofre o efeito estufa, na muvuca de um triste horizonte, tom cinza tingindo de poluição, a imponente Serra do Curral Del Rey. O predador- mor, na selva de pedra esclerosada é o capitalismo, instrumento social que o próprio homem sado- masoquista inventou.
Macacos me mordam! Ainda bem que larguei de ser bicho grilo, “antenado” e urbano, me adaptei nesse nicho de verde e muitas montanhas. Grilo de pouco “grilo”, escrevente e falante, é o que me tornei...
Queira “Díos y La madre
naturaleza” que eu continue sonhando e me encontre no futuro, plantando idéias
adubadas com amor, colhendo frutos nesse Mini Mundo que não é Gramado. Fica no
coração de Minas, no Espinhaço, agarrado à Diamantina, terra de um grande
homem, tocador de sonhos e construtor de Brasília.
Entre luz branda e música suave engenho cenário e palco pra realizar meu sonho diário |
Faladaspedras
Gouveia, 20/11/2010
Nesta mesma data e a partir desse Novembro, no ocaso do governo Lula, mais um feriado. Mais um incentivo, ao desenvolvimento da ociosidade, foi decretado... Imagine caro leitor se, o pardo, o mulato, índio, branco, amarelo, mestiço, além do “homenageado” de raça negra, pleiteassem o mesmo? Seria uma gorda semana, “feriadona”! Ócio estatizado, a serviço da politicagem social.
Dia
da consciência negra?...
A beleza e a sensualidade mulata, imortalizada na tela de
Di Cavalcanti, resultante direta doimpacto ambiental positivo,
da opressão branca e a sujeição negra ,na geografia tropical
da Baía de Todos os Santos e da Guanabara, onde se dizia que
não havia pecado do lado debaixo do equador.
Cena da Casa Grande & Senzala
Mucamas, servos e seus donos. Sobras e migalhas às crias
Pintura de Jean Baptiste Debret
A beleza e a sensualidade mulata, imortalizada na tela de
Di Cavalcanti, resultante direta doimpacto ambiental positivo,
da opressão branca e a sujeição negra ,na geografia tropical
da Baía de Todos os Santos e da Guanabara, onde se dizia que
não havia pecado do lado debaixo do equador.
Despido de
rótulos, mais ainda preconceituosos que vestem a nudez escancarada da miséria
socioeducacional de nosso povo, independente da raça, sugiro: Deixar de ser um
dia cravado no pé do calendário e passar a ser durante o ano todo, um jardim da
infância da convivência cidadã, onde possamos permutar flores da experiência de
cada um.
Permitir-nos,
construir uma ponte para dialogar com o outro. Como a criança que dá sua mão,
despreocupada com a cor da pele, da mão que a une à roda de ciranda. Sem medo
de ser feliz. Ser criança é simples assim...
Fernando Antônio
Linhares de Araújo
É tão profundo que me faz calar, mas não me impede de sentir que a sociedade está cada vez mais doente, mais distante do ideal que Deus nos ensina:"Amar ao próximo como a ti mesmo"( sem preconceito de raça e credo).Perceber o ser interno, além da fina estampa externa.
ResponderExcluirSem medo de ser feliz!
Maria Ideania de Souza