terça-feira, 20 de novembro de 2012

AJUDE A COOPITA A PRATICAR SOLIDARIEDADE E AO LULA "MARAVILHA" A COMEMORAR MAIS UM GOL DE PLACA...





Um dos sonhos sonhados, (todo dia monto cenário e palco para realizar meus sonhos) é criar um espaço cidadão no pátio de pedras da Coopita, por mim idealizada que reúna a fina flor dos “from below” (a ralé gouveiana), onde talentos múltiplos emergem pelas mãos criativas de homens e mulheres. Por questões socioeconômicas a etnia desses seres tem a matiz da raça negra da Mãe África. Lembro agora, letra da música João Bosco que ensina assim:
“Liberdade, liberdade!
Abra as asas sobre nós (bis)
E que a voz da igualdade
Seja sempre a nossa voz”
... Assim que penso em conviver, na prática da fraternidade e tolerância aos irmãos afro-descendentes que felizmente inundam o DNA de Gouveia, com sua fértil criatividade. Com hipocrisia, alguns habitantes dessa urbe tem o olhar da soberbia, “de cima para baixo”, como assim agiam os senhores feudais quando se aproximava de seus altos muros de pedra, um andarilho em andrajos, ou mesmo um mendigo leproso. Digo isso, porque tenho uma fina sintonia, física e de coração, aos homens e mulheres da raça negra. Em especial, minha sensibilidade e subjetividade se aguça, quando em contato com o corpo e a alma daquele povo do Espinho, (reminiscência quilombola) “lócus” e cultura que fundamentou tese de doutorado em Antropologia de uma cientista social da UNB. Mais de uma vez tenho atitudes de Dom Quixote a defender de fantasmas, os irmãozinhos menos aquinhoados ante a corja dos nascidos em berço de ouro, ou que assim se consideram superiores, no estrato da sociedade aqui estabelecida. Resquício sórdido do pretérito, desde o tempo em que esta região foi estigmatizada por relações servis degradantes e mesmo de escravização. Considero que o principal preconceito, não é relativo à cor da pele, sim, subordinado à condição evidente que a maioria daquela raça desafia em seu viver: sem-teto, sem-terra, sem-emprego, sem a educação formal. Parodiando Euclides da Cunha, esse homem negro, da cidade, ou sertanejo é antes de tudo um forte.
Cena da Casa Grande & Senzala
Mucamas, servos e seus donos. Sobras e migalhas às crias
Pintura de Jean Baptiste Debret

Dia da consciência negra
Despido de rótulos, mais ainda preconceituosos que vestem a nudez escancarada da miséria socioeducacional de nosso povo, independente da raça, sugiro: Deixar de ser um dia cravado no pé do calendário e passar a ser durante o ano todo, um jardim da infância da convivência cidadã, onde possamos permutar flores da experiência de cada um.
Permitir-nos, construir uma ponte para dialogar com o outro. Como a criança que dá sua mão, despreocupada com a cor da pele, da mão que a une à roda de ciranda. Sem medo de ser feliz. Ser criança é simples assim...




     A beleza e a sensualidade mulata, imortalizada na tela de 
             Di Cavalcanti, resultante direta doimpacto ambiental positivo,
          da opressão branca e a sujeição negra ,na geografia tropical
 da Baía de Todos os Santos e da Guanabara, onde se dizia que
não havia pecado do lado debaixo do equador.
A crônica abaixo, de minha própria lavra traduz com ironia, a “pérola” que o Lula tentou incrustar na campanha eleitoral da sua ocupante da vaga de presidente até 2014. Na sua fala fácil, mesmo de língua presa pretendia “criar” o feriado da Consciência Negra. Imagine leitor, se as outras raças (branca, amarela, indígena, parda, etc) exigissem o mesmo direito teríamos uma semana completa de puro ócio !


A CRIAÇÃO DO FERIADO



 A criação do mundo, pelo Arquiteto Universal, sabe-se que é uma obra magistral. Deus
projetou a Terra toda una e que o mar unisse e não separasse. O homem, traço principal de Sua engenharia genética nasceu, para representar seu Criador, crescer e desenvolver uma grande família terrena, iniciada por Eva e seu companheiro Adão.
Cometemos erros, somos humanos. Estamos vivos e multiplicando a raça. Graças à mãe natureza, à Eva ancestral e a todas as mulheres que ampliando sobremodo os sofrimentos da gravidez, dão luz ao gênero, envoltas em dores.
Desde cedo, reconheço e respeito à grandeza maternal. Acredito que em dias atuais, houvesse número maior de governos femininos, a paz habitaria entre nós, mais frequente. Coragem em agir com o coração, menor razão a enviar um filho à guerra. Carece ainda de explicação?
Um capítulo à parte, em Gênese é a relevância do trabalho na construção do homem na terra. “Em fadigas obterás dela o sustento. No suor do rosto comerás o teu pão.”
Volto a esse tema polêmico, logo adiante, quando debater o nosso país dos dias atuais.
A “criação” do Brasil, pelos lusitanos, sabe-se lá, quantos mil anos mais, tempos depois da grande obra do Mestre, ainda hoje “há controvérsias”. Será que foi acidente de percurso?Ou será que Cabral partiu de Lisboa, saindo do Tejo, com sua esquadra armada de treze navios, mil e duzentos tripulantes, espanhóis, judeus, indianos, além da maioria portuguesa, de “cabeça feita”?Certo é que o objetivo da viagem era aportar em Calicute. O Vasco da Gama, que estava afastado da série A do campeonato português de almirante, deu a dica pro nobre patrício. Álvares Cabral: siga a oeste de Açores, rumo à ilha de São Nicolau. Abra o compasso em semicírculo largo. Para se afastar das intempéries e calmarias, essa é a cama de gato. Ponha o sextante à funcionar. Até chegar ao caminho das Índias Muito se afastou nesse périplo. Passados quarenta e cinco dias “al maré” - terra à vista!
Na etapa final das grandes descobertas, Portugal era líder, empatado com a Espanha. Nessa partida iniciada em Lisboa e programada para terminar nas Índias, aos quarenta e cinco minutos do primeiro tempo, o inesperado: O achamento daquele lugar que a princípio, o dirigente Cabral pensara ser uma ilha. Batizado está: Ilha de Santa Cruz. Logo em seguida, substituído por Terra de Santa Cruz. O dono do time e rei, dom Manuel, achou melhor chamar Brazil.
Naquele momento, o único produto extrativista, viável na pauta de expansão mercantil é a árvore pau brasil.Deu nome àquele chão,a mão dominadora.Não se ocuparam em saber que Ibirapitanga traduzia o mesmo,pros verdadeiros donos daquela promissora gleba .Os nomes anteriores remetem aos domínios da fé católica.No período colonial brasileiro,essa mesma religiosidade exacerbada, em parceria com a Inquisição   (leia-se Companhia de Jesus),acumulou um enorme saldo de gols contra.Preconceito de  raça e credo,principalmente aos cristãos novos (judeus convertidos), assentados nas cadeiras do Tribunal do Santo  Ofício e aos  estrangeiros, na geral.
Aos povos da nova terra apossada, os portugueses, escolheram chamar de índios.   Demonstrando sim, a ignorância e a ausência de respeito à alteridade do outro. Diferentes etnias, vários troncos de linguagem, crenças. Da mesma forma se chamava em Portugal, de negro, independente da cor. Todos da galera, a massa que ocupa o patamar inferior, os “from below”, é a ralé.
Portanto, uma constatação: Batizar é nomear, dar nomes é conquistar, nomear é tomar.
A visão preconceituosa e eurocêntrica permitiu aos conquistadores catequizar,
escravizar para o trabalho extrativista e matar, para se apossar dos bens indígenas.
Enquanto os grumetes do capitão mor, Álvares Cabral cobriam com manto, as vergonhas nuas dos homens nativos, em visita à sua nau, com as velas de pau arriado. Na praia, os marujos excitados, descobriam o caminho das índias. Sem vergonha nenhuma, a aprumar o mastro. O pouco trabalho, não impediu de apreciar as vergonhas tão altas e tão cerradinhas e tão limpas das gentis moças de longos cabelos pretos. Aí ,a miscigenação brotou ,naquela terra em que se plantando,tudo dá.Voou pena de papagaio pra tudo que é lado.Um carnaval tropical,entronizava o cortejo lusitano,em terras que se creditava ser o paraíso.
O silvícola não se adaptou à escravidão exógena. Portugal, pretendendo alcançar a vitória na disputa mercantil e expansão marítima, não titubeou. Foi buscar recurso externo: cabeça de nego, para ser braço escravo. Corpo de baile macabro que dizimou milhões, enquanto perdurou essa mancha em nossa história. Cativos de eito ou garimpo, correu sangue do negro que tingiu com o selo da morte, o brilho de cabeças coroadas da Europa. Mais uma vez, o ciclo da monstruosa dominação. O fluxo de passos, da casa grande à senzala. Incremento na produção de bastardos, alienados. Um item a mais, em meio a mercadorias e animais. Entre a cana, o ouro e o café, a mistura das raças. Surgiu a mulata, Produto de ponta, no samba e na pauta de exportação da Terrae Brasilis.
A criação do Brasil começou na Bahia de todos os santos e orixás. Um porto seguro para um barco ancorado em corda de um só nó. De tramas de muitas raças, um nó de todos nós. De todas as cores, como fita da escadaria do Senhor do Bonfim. É certo que a Bahia tem, além de acarajé e quindim, a maior população negra de nosso país. E com certeza, a maior riqueza cultural afro descendente.
Hoje, nesse país tropical, governado por um presidente que insiste em afirmar que sua sucessora vai comandar uma nação líder, entre as potencias mundiais, o seleto clube dos G-8. Vale tudo, para eleger a candidata. A ministra subir no palanque em período pré eleitoral,virou rotina,mesmo aumentando a ferida na democracia que o “O Filho do Brasil” sempre lutou para conquistar.
A ditadura de Getúlio, também popular, criou para Vargas a alcunha de “O Pai dos Pobres e Mãe dos Ricos”. Fico pensando. Será que o controvertido caudilho Getúlio Dorneles, amigo de Hitler, o manda chuva de mortes na Grande Guerra, inspirou o dirigente sindical, nordestino e pobre?”Pau de arara”, ex operário,quando fala,arrebata. Ao contrário de Figueiredo, gosta do cheiro de povo. E a massa se identifica com o herói mitificado. Menino do rio de Garanhuns passou a perna nos letrados sem ter estudado, garoto esperto. Inteligente, tem um arsenal de frases de efeito que aprende ligeiro. É estrela pro mundo. Já tem filme até. Amparado por empresas com interesses no governo. No set e nos bastidores em Brasília, o que rola é que seu telhado de vidro embaça, quando há fumaça do seu legado de disseminação do antivalor. Ou ainda, carreiristas petistas ou não, no corredor do Congresso, em busca do mensalão.
Aquele que ninguém viu, nunca existiu e muito se falou.
Recente, em Salvador, na Praça Castro Alves, pertinho do Pelourinho, “ó pa í, ó”. Não há melhor cenário, o ex deputado da constituinte, agora, no mais alto cargo no palco da política, encenou uma peça chave. Na hora certa e lugar certo, anuncia a criação do feriado nacional da consciência negra.
Dilma Roussef esquenta o diálogo, tratada pelo chefe, como futura presidenta. ”O escravo foi sujeito ativo e criativo de sua própria história” Pra quem tem doutorado em
Economia, o efeito da frase é pífio. Como pode, uma mer... cadoria,(expressão do ex gordo, Faustão) ser sujeito ativo e criativo, na história de seu dono?Apenas merda mole, pras “vaquinhas” da platéia, ruminarem e aplaudirem...
Para quem desconhece, o verdadeiro idealizador do dia da consciência negra, é Oliveira Silveira. Um homem negro especial, nascido nos Pampas, foi poeta e tradutor dos sentimentos de sua raça.
Preferiu a data da morte de Zumbí e não da assinatura da Princesa Izabel, por entender que esta libertação, foi decreto de imposição do poder. A verdadeira liberdade vem de dentro. Orgulho e luta, unidos.
O poeta, já virou estrela. Deixa em obra simples, o que uma economista,
candidata de proveta, não consegue racionalizar.
Garimpei em sutil mensagem, a sua versão à flor da pele, negra.
 Em versos titulados, ”Encontrei Minhas Origens”.
“Em malditos objetos troncos e grilhetas”... No leste, no mar em imundos tumbeiros. Encontrei minhas origens em minha gente escura.
Nos lanhos de minha alma, em mim.
Nos meus heróis altivos encontrei”.
Uma consciência cresce paulatina e não tem cor, pois atributo do espírito é.
Se o nosso titular da presidência, já em final de segundo tempo, quiser agradar todas as raças, pois que, voto é quantidade, o que vale é a massa. Vai precisar de uma semana de feriado...
Brasil país continente é rico na pluralidade. Abraça a diversidade de uma maneira una, singular. Através do sentimento de humanidade, constrói seu futuro enquanto nação.
Está em nossa raiz e se ramifica até o inconsciente dos políticos contemporâneos. Seja quem tá na ponta da tabela e desponta como “o cara”. Amigo de Obama, Chavez e do mandatário do Irã, ou mesmo um prefeito discreto, de uma cidadezinha modesta. Falo da atitude de trabalhar com o suor dos outros, a prática de escambo e a fartura de escândalo.
Para finalizar, peço perdão a você meu rei, se muito alonguei. Disse o mesmo, o escrivão, Pero Vaz, em carta a Dom Manuel, quando acharam essa “terra santa”.  Cruz, credo.
O país precisa de educação e saneamento. Investimentos que não aparecem aos olhos do eleitor. Aquele por amadurecer em longo prazo, este por permanecer submerso.
A rixa com o time que perdeu o mando, seu antecessor é implacável. Temos a melhor distribuição de renda, a maior cota racial, o Enem mais inviolável, o apagão menor. Como Estado Liberal, não estatizamos nenhuma empresa. O melhor lucro financeiro de todos os tempos. A crise aqui, só fez cócegas na economia. Uma simples marolinha.
Para agradar o presidente que se regala com analogias futebolísticas, vem aí o
último lance.Trocar quinquilharias por voto,usar dinheiro do contribuinte para financiar feriado,é um absurdo,um escândalo.Serve de enredo do Samba do Crioulo Doido, do saudoso cronista Stanislaw Ponte Preta, que também esta na série B da vida.
A CRIAÇÃO DO FERIADO É ÓCIO ESTATIZADO
Faladaspedras
Julho de 2010 
 
Hoje, 20 de Novembro de 2012, Dilma é presidenta. Lula, apesar do "mal" que atinge seu orgão mais funcional (a garganta!), não aposenta a idéia fixa de repetir a "dose" pra cima e nos braços do povo (ou será polvo multi-braços?) e ser vitorioso, no terceiro mandato presidencial. Conseguiu ainda, em campanha da sua "substituta" e agora titular, a emplacar um gol político eleitoreiro criando o feriado da ociosidade negra (só!). Não deu tempo de contemplar o ócio às outras raças. No momento, cidades como São Paulo,Rio, Salvador, num coletivo abestado de 800 municípios, descansam em paz, brancos,pardos e mulatos, sob os auspícios da negrada, escravos de eito ou garimpo que manchou de sangue, cabeças coroadas de ouro e diamante, em distintas geografias da Europa. Oops! Correção! Não é politicamente correto,um ultraje ao rigor das leis "demo"cratus. É mais civilizado dizer: afrodescendente, ao invés de preto que é simples cor. Negro é raça,mané! 

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