

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
gestão ambiental
fernando antônio linhares de araújo
o projeto da revitalização de ruas e becos em
diamantina
uma abordagem sistêmica
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Diamantina
2010
fernando antônio Linhares de Araújo
o projeto da revitalização de ruas e becos em
diamantina
uma abordagem sistêmica
Trabalho apresentado ao Curso de Gestão Ambiental
da UNOPAR do Paraná, para a disciplina
Educação ambiental e desenvolvimento sustentável
Prof. Leliana A. Casagrande Luiz
Diamantina
2010
PREFÁCIO
“Sabemos que educação ambiental não é uma área de conhecimento e atuação
isolada.” (*). Característica marcante de um projeto transversal desta
especificidade é a capacidade de aglutinar agentes sociais capazes de
compreender a interdisciplinaridade que paira sobre as análises dos diversos
elementos componentes da sustentabilidade da vida no planeta. Assim como a
interdependência da intervenção do homem, nas relações de causa e efeito que se
sucedem nos ecossistemas naturais. .Concerne a esta ciência ,o status de
destacar-se na prevenção e solução de
problemas socioambientais administrando e gerenciando equações mas justas que
harmonizem os saberes populares e o da
academia, sintonizados com o equilíbrio
da Terra.
Por outro ângulo, o pilar de sustentação da educação ambiental tem como
infraestrutura, a busca de identidade entre as questões que permeiam a cultura,
a religião, política, o social, o econômico, etc., todas inter-relacionadas com
o meio ambiente. Potencializa o entendimento, integrando as ações sem redução
do foco.
(**) “Aprender com/sobre a realidade, e na realidade das questões do
cotidiano” é apreender o imbricamento dos diversos saberes; cultural,
científico e da vivencia do mais simples dos seres humanos. É saber compreender
a base conceitual da transversalidade da temática ambiental. ”Romper a miopia
das disciplinas isoladas e construir o mosaico (eu diria caleidoscópio) de
conhecimentos” (**), para enxergar a paisagem como um todo.
(*)
opus citatum, ipsis litteris
- Educação ambiental e desenvolvimento
sustentável - pág. 108
Autora Luiz, Leliana A.
Casagrande
Editora Pearson Education -
São Paulo -2009
(**)
Ibdem - Luiz, Leliana –pág.
108 e 109.
O conhecimento, só nos é positivo como ferramenta para a mais valia de
nossas vivências (Brandão -1977) apud Luiz, Leliana. Está aí, o cerne do
elemento decisivo da relação da educação ambiental com o conhecimento.
Importante se afirmar que a transversalidade é um quesito da educação desse
gênero, onde é imprescindível troca de conhecimento e informações e, sobretudo
o diálogo.
Segundo Paulo Freire (1996) apud Luiz, Leliana - buscar a capacidade de
assumir uma presença consciente no mundo é buscar a autonomia. Sua mais
perfeita tradução, dentro da filosofia da educação é não se isolar, se inserir
no contexto social construindo o coletivo com seu tijolinho de saber. Isto
perpassa pelo diálogo e seu eco que é a troca. O efeito é a interação que nos
fortalece e nos adiciona ao todo que é a sociedade e o ambiente.
É sob a ótica do tripé da sustentabilidade; a ação social com direito e
dignidade, a prosperidade de todos e a integridade ecológica (*) que submeto à
avaliação da professora Leliana Casagrande, o projeto oferecido à prefeitura
municipal de Diamantina, MG. Plantado pelo espírito solidário, cultivado com o
adubo eficaz da ação de cidadania e a visão zeladora de empreendedor. Sem as
normas técnicas e acadêmicas, mas recheado de entusiasmo, sonho e porque não,
realidade que breve se avizinha.
É certo que os mestres de ofício da idade média serão catapultados para
o séc. XXI.Enfrentei barreiras diversas, mas o “desafio é a nossa energia”
(Petrobrás). Acostumado a superar obstáculos concretos, com o salto de
qualidade,da poesia,da sensibilidade e uma dose balanceada de alteridade. A
ponte levadiça do conhecimento me trouxe ao contemporâneo, aprendiz de gestão
ambiental. Ferramenta hábil, a serviço de um novo paradigma - todos pelo todo.
O bem-estar coletivo se sobrepõe às ações individuais.
É claro que um horizonte de
esperança se descortinou, pois que, o senhor prefeito e padre licenciado,
acreditando em nossas idéias, incorporou- as como propriedade particular sua e
vem realizá-las, breve. Em meu entender, Isto é diálogo pró-ativo, o famoso
ganha - ganha de uma troca sadia, pilares da educação ambiental.
Gouveia, 07 de Setembro de 2010
Independência das Idéias
Respeito e cuidado a Terra (*)
(*)
A Carta da Terra - pag.85- op.
cit.
Prefeitura
Municipal de Diamantina - MG
Cooperativa
dos Extratores de Pedras da Serra do Espinhaço Ltda.
Coopita
O desafio da revitalização de ruas
e becos em
Diamantina
Da
recuperação das capistranas e do calçamento, o labor
na pedra,o suor do rosto e a construção do
homem.
Uma abordagem sistêmica
Fernando Antônio
Linhares de Araújo
Diamantina, 01 de
agosto de 2010
Fernando Antônio
Linhares de Araújo
O desafio da revitalização de
ruas e becos em
Diamantina
Da
recuperação das capistranas e do calçamento, o labor
na pedra,o suor do rosto e a construção do
homem.
Uma abordagem sistêmica
Trabalho
apresentado ao prefeito municipal de Diamantina, Padre Gê
em parceria
voluntária, no objetivo de resgatar às famílias de baixa
renda, a
dignidade,a a auto- estima e cidadania Agregando o trabalho
e promovendo
a inserção social.
Fernando Antônio
Linhares de Araújo
Cooperativa dos
Extratores de Pedra da Serra do Espinhaço – COOPITA
Diamantina, 01 de
Agosto de 2010
Agradecimentos
Agradeço a Deus,
por renovar minhas forças após cada obstáculo superado; aos três filhos, pelo
apoio e incentivo incondicional; aos amigos e colaboradores de nossa empresa, por
fidelidade e solidariedade aos meus propósitos de trabalho comuns; ao prefeito
municipal de Diamantina, pela receptividade e escuta ao nosso projeto social.
“No
suor do rosto comerás o teu pão.”
Gênesis
3-19
Resumo
O presente estudo busca
analisar as ações da prefeitura de Diamantina em parceria com outros agentes da
inserção social, órgãos de fomento e cultura, cooperativa, cujo foco e também
ator principal é o ser humano. Habitante periférico daquela urbe, patrimônio da
humanidade. Estimular o homem no aprendizado remunerado, na recuperação do
calçamento de becos e ruas, no resgate da dignidade, sob a ética do
cooperativismo é um paradigma social do atual gestor municipal para o biênio
2011-2012. Uma abordagem sistêmica, interdisciplinar e com desenvolvimento
sustentável. Clarear as metas e participar deste trabalho é nosso compromisso e
objeto desta análise.
Introdução
(*-II)
A idade média foi celeiro de artesãos e
mestres de ofício, na construção de magníficas catedrais góticas com seus arcos
e botáreis de sofisticada e engenhosa arquitetura esculpida na pedra. As
agulhas erigidas como torres na cidade dos homens apontavam o infinito, a
cidade de Deus. É um clássico exemplo da arte e habilidade de trabalhadores que
fomentaram o nascimento do capitalismo mais adiante no tempo.
Hoje, no apogeu do “ter é melhor que ser”, o
ser habilidoso que esculpia, entalhava, em obras de cantaria, ou entalhe na
pedra, o calceteiro é um “animal” em extinção. O que sobrou é uma massa disforme, os
“from below”, a ralé. Contudo, o espírito criativo está latente ainda, por
exemplo, no homem e na mulher do Vale do Jequitinhonha. Haja vista, a explosão
de talentos na cerâmica, música, além de seu rico artesanato.
É neste prisma
renascentista que pretendemos fazer uma breve leitura na perspectiva de
recuperar os caminhos de Diamantina, irradiando-se originalmente do centro
histórico, resgatando dignidade e cidadania de seus moradores de classe social
mais baixa, através do trabalho na pedra, no intuito da construção do ser
social.
Desenvolvimento
A família como
célula mater da sociedade
Nos tempos de brilho, dos mestres e seus
artesãos, a família era também o núcleo de trabalho, a primitiva e única
“empresa”. O pai transmitia o conhecimento através da prática, aos seus filhos.
Portanto era uma honra, suceder ao pai no lugar de um ourives, entalhador, ou
um bom sapateiro. Não existiam médicos, engenheiros, advogados que surgiram com
o advento do capitalismo. Existiam sim, as guildas ou corporações de ofício,
muito importante para a continuidade do sistema corporativo da época. Pode se
afirmar que eram formas embrionárias, do sindicato e cooperativa do nosso século.
Para se avaliar a magnitude deste momento econômico, a burguesia nasceu também
da mesma fonte medieval. Não cabe alongar, mas insistir na idéia da valorização
da família como fonte de renda através de trabalho artesanal é pertinente.
Vamos detalhar melhor, mais adiante.
À luz da
co-operação, uma resposta ao capital opressor
Carece
lançar mais um ponto, neste tecido de trama trabalhista; o sistema
cooperativista. Uma nova luz se sobrepõe ao capitalismo que em sua essência,
traduz a exploração do homem pelo homem.
A pioneira cooperativa
surgiu na Inglaterra vitoriana, na decadência da revolução industrial, na
região de Lancashire, através do movimento operário de tecelões que na miséria
e opressão se rebelaram contra os patrões. Criaram um simples armazém
cooperativo para atender as necessidades básicas das famílias dos 28 sócios
fundadores que heroicamente contribuíam com centavos de sua moeda, mensalmente.
Árduo desafio aos corajosos miseráveis. Isto foi há 166 anos. Depois de muita
luta e muitos anos, se cristalizaram seus ideais e ampliaram suas ações. Para
se ter uma idéia, esta empresa tem na atualidade um faturamento portentoso,
acima do rendimento de multinacionais, com patrimônio extenso em docas,
armazéns, navios, em toda Grã
- Bretanha. É a tenacidade como raiz da esperança e da vitória.
Parceria na
autogestão
Os princípios
fundamentais do cooperativismo são semeados a cada plantio de nova empresa
cooperativista em toda a Terra. Simbolizado por dois pinheiros (não há como
cooperar consigo próprio...) sempre verdes e resistentes ao rigor do inverno
mais severo. A bipolaridade comunista capitalista, já falida encontra-se no
limiar de uma nova era de respeito e validação do homem e da mulher enquanto
trabalhadores dignos, sob regime de autogestão em empreendimentos dos quais são
donos e o rendimento individual é fortalecido pelo trabalho de todos. Este é o
princípio norteador e agregador da economia solidária que hoje cresce e disputa
os meios de produção com o sistema capitalista.
A humanidade evolui em ciclos, através
do tempo histórico, quando reconstrói o passado e não somente o recorda. É
necessário buscar novos horizontes, mudando paradigmas. E o tempo é o elemento
da transformação. Quando pensamos que sabemos todas as respostas vem a vida e
muda as perguntas.São elas que movem a nossa evolução
Somos precursores da
extração de pedras quartzito na região. Há 30 anos lutamos com denodo e
persistência. Depois de pesquisar sobre cooperativismo optamos em criar a
Coopita, Cooperativa de Extratores de Pedras da Serra do Espinhaço Ltda, em
12/09/2005,* uma singela homenagem
ao grande estadista e democrata, tocador de sonhos, Juscelino Kubistchek. O
homem é do tamanho do seu sonho, na crença de um grande poeta português que
ainda afirma: pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo.
Mário Quintana traduz com sua sensibilidade: sonhar é acordar-se para dentro.
Reformulando
conceitos, decifrando novos paradigmas
Veja quem e de onde estou falando. Até ontem,
eu era um pequeno empresário, patrão, antagonista. Hoje é minha idéia que
precede o advento de um novo tempo e um novo pacto social, numa região
estigmatizada por relações servis degradantes e mesmo de escravização no
passado. Vivo este novo amanhecer. Ontem guardado em meus sonhos. Compreender a
filosofia do cooperativismo é compreender a marcha e tocar em frente, despido
da tola vaidade de uma hierarquia de classe, contestável. Saber servir no
edifício estrutural do ser homem, mesmo como simples pedreiro de uma corporação
de ofício que ressurge e se recicla neste mundo novo e socialmente mais
correto. Prefiro ser como a fênix revitalizada e saber usar as asas da liberdade
e pousar sem risco e sem medo do laço do passarinheiro de políticas partidárias
ou prisioneiro de acordos comerciais espúrios que inflacionam o bolso e
fragilizam o espírito.
*Registro na OCEMG número- 1777
conf. determinação do artigo 06, inciso XI da Lei Estadual 15075/2004.
“Para conseguir sua maturidade o homem
Necessita de um certo equilíbrio entre estas
três coisas;
talento, educação e experiência.”
Santo Agostinho -
Bispo de Hipona- séc. IV
Campo das vertentes das idéias
Caldeamento de nobres intenções é como liga metálica resistente e
flexível. Têm a mesma química, os diálogos que precederam a decisão de
aceitarmos ser parceiros juntos ao Padre Gê, naquele desafio exposto em público
em sua oratória quando da inauguração do teatro Santa Isabel, no prédio
restaurado da antiga cadeia e na presença de autoridades do IPHAN. No calor das
conversas com o prefeito de Diamantina,
capturamos a idêntica ideologia do bem estar social.A sua
origem simples, criado em família modesta , sua formação religiosa cristã que
respeita o ser humano e reconhece seu valor,nos induz a aceitar o compromisso,
compartilhado em nome da cooperativa.O
universo das famílias que se associarão à COOPITA ,se encontra nos bairros
periféricos da cidade.Inseridos em substrato que normalmente são atendidos pela
subvenção de bolsa família, leite para a vida. Frutos de uma deteriorada e
populista política de clientelismo. Os citados atores sociais, os núcleos
familiares terão um ativo financeiro próprio,aumentando sua auto estima e
diminuindo custos para a municipalidade,pois o cooperativismo por ser empresa
de auto-gestão,se desonera com obrigações trabalhistas em relação ao sócio e
cooperado.
Diamantina tem seu calçamento de pedras no
sítio histórico, revestido com a rocha quartzito de grande abundância na
região. O custo da matéria prima e frete serão minimizados pela curta distância
até a jazida.
Objetivo
social do projeto
Tópicos da
Coopita e da fundação Fundamar *. Agentes na mesma parceria com a Prefeitura Municipal de Diamantina.
Membros da Coopita
(vinte) são associados da Coopegardi desde (13/01/2006). Espaço comum da
Coopita junto à Cooperativa dos Garimpeiros(Coopergadi) que também recebe o
incentivo do prefeito para o seu renascimento.
A Coopita pode
absorver mão de obra ociosa de homens, mulheres e jovens, oriundos de família
de baixa renda nos bairros periféricos de Diamantina.
A Fundação Educacional
Ambiental-Fundamar* visa capacitar
jovens e adultos em diversas áreas como artesanato, turismo, história da cidade
e do garimpo, conhecimentos de extrativismo mineral e informática, educação
ambiental, além de preparar profissionais para o mercado crescente de
beneficiamento de rochas ornamentais. Preenche-se parte da lacuna do jovem que
termina o segundo grau e não tem acesso ao curso superior, por falta de
recursos financeiros.
São pequenas atitudes que podem gerar
grandes mudanças. É a preocupação sócio ambiental gerando pelo
trabalho, dignidade e cidadania.
A região suburbana
de Diamantina tem boas reservas do quartzito (pedra mineira) a exemplo do
Guinda e Sopa.Estas jazidas podem servir à prefeitura em serviços de calçamento
de ruas, passeios e logradouros. Em caso de aquisição de área de exploração
legalizada junto ao DNPM e com licença ambiental, se transferida à Coopita, poderá
ser quitada com o fornecimento de matéria prima para calçamentos diversos e
gerando renda para no mínimo vinte trabalhadores, só na jazida.
Importante
frisar que a forma de remuneração da Coopita é de 90% do valor produzido para
quem extrai a pedra. Isto equivale a R$ 1.100,00 mensais.
“Tirando leite das pedras” e promovendo a
inserção social.
Nossa
experiência no Engenho, distrito de Gouveia, em três décadas resultou em melhoria substancial para as
famílias dos trabalhadores. Hoje, a comunidade tem a maior renda per capita da
área rural, todos os casados têm casa própria, quase todos têm sua moto , carro
e alguns possuem imóveis na parte urbana de Gouveia.
A fundação Fundamar, em Diamantina servirá de
“berçário” na preparação e desenvolvimento dos jovens em atividades
profissionais na cooperativa e também em outras empresas afins, qualificando-os
através da capacitação.
A
capacitação desenvolve habilidade no aprendiz com ênfase em aulas práticas,
usando equipamentos mecânicos e eletrônicos, participação em dinâmica de grupo,
cujo foco é a habilitação ao mercado de trabalho e a conseqüente agregação de
renda à família do jovem.
Perspectivas
promissoras
A demanda de
pedras ornamentais atende o mercado local em expansão, além de outras cidades
mineiras, destaque para a capital. São Paulo e Rio de Janeiro são mercados
exigentes e com valores de venda bem mais elevados, propiciando melhores
lucros.
Na atualidade existem máquinas que
substituem o trabalho árduo de um operário na confecção de paralelepípedos (de
pedra) para calçamento. São espécies de guilhotinas de alta pressão que cortam
a peça sem risco ao operador. A produção é elevada, custo reduzido e
barateamento de frete, devido o rejeito ficar na área da jazida. O percentual
de resíduo que não é transportado é de 40% (quarenta por cento).
No
caso de Diamantina, em ruas que não pertençam ao domínio do tombamento pode ser
aplicado este tipo de piso de pedra em formato definido e custo menor para a
municipalidade. Importante registrar que cada rua com 1500 metros de
extensão, exige a permanência de 20 trabalhadores na pedreira para o
fornecimento de matéria prima. Para o calçamento, pelo menos uma equipe de seis
calceteiros e um oficial, para orientá-los.
Dotação de
recursos oriundos do governo federal
Em 2006, foi
formatado um Arranjo Produtivo Local - APL, no Engenho em Gouveia, por meio do
Ministério da Integração Nacional, com aporte de R$ 2.000.000,00 , a fundo perdido. Foi
aprovado o investimento. Mas, desafortunadamente não tivemos o apoio da
prefeitura local. Esta falta de vontade política custou-nos o adiamento deste
promissor incentivo, apesar de mantermos contato com os técnicos do Ministério
que afirmam que continua em aberto a aprovação, exceto em períodos eleitorais
(junho a dezembro).
Dedução
óbvia é que a prefeitura de Diamantina apoiando esta iniciativa, a vontade
política que carecemos será suprida.
Metodologia
Quanto à
metodologia de implantação deste projeto, se faz necessário alocar um grupo de
21 homens, no calçamento de ruas adjacentes ao centro, sendo coordenado por um
mestre calceteiro em atividade junto à prefeitura, com muito conhecimento e
talvez o único remanescente dos antigos. Após três meses de aprendizado, este
grupo estará apto a trabalhar nas ruas centrais, na recuperação e
revitalização. Um novo plantel iniciará atividades em outros logradouros de
bairros da cidade. Após seis meses, poderemos em um galpão cedido pela
municipalidade em terreno administrado pelo IPHAN, implantar uma escola de
aprendizes de calceteiros, visando principalmente os jovens de sexo masculino.
Simultaneamente, o incentivo ao trabalho artesanal com o rejeito de pedras,
para o público feminino adulto e jovem, no propósito de aglutinar a família em
torno do trabalho, construindo dignidade e renda.
Responsabilidade
executiva
A COOPITA
responderá pela execução do serviço de calçamento, com preço, prazo, e
qualidade previamente estabelecidos em contrato com a municipalidade. Em
administrações anteriores, prestamos semelhantes serviços em ruas desta cidade,
assentando cerca de 10.000m2 de pedras.
Logística
operacional no centro histórico
Em relação
à área central, estamos cientes da vontade do senhor prefeito em ser
prioritária esta demanda. Sabemos do envolvimento de diversos órgãos que se
interpõem à liberação da obra. Portanto, se faz premente, após autorização da
prefeitura para o início, entrarmos em contato com as autoridades envolvidas e
conjuntamente estabelecermos a cronologia e apresentação de projeto de
revitalização. Bem como, o comprometimento em relação às moradias, comércio,
escolas, de seu entorno. Enfim, que seja algo harmônico, integrado, bem feito
para que se faça de uma só vez. Minorando com isso, as reclamações por parte de
moradores e turistas, proprietários de veículos que trafegam nas ruas centrais
pavimentadas com revestimento de pedras há mais de um século.
Sugerimos
“a priori” um plano piloto para o “start” do projeto educacional da
sustentabilidade, apoiado em seus pilares, ambiental, social e econômico: A
revitalização do calçamento em pé de moleque do Beco do Mota, tradicional
reduto da zona boêmia e hoje, efervescente “point” turístico da Diamantina tão
musical. Na verdade são duas vielas geminadas em forma de cruz, discriminadas
pelo bispo e sua igreja da Sé de Santo Antônio.Tão próxima na medida dos passos
e tão diametralmente oposta, pela ideologia imposta pela autoridade
eclesiástica de repúdio às prostitutas, “teúdas
e manteúdas” pela aristocracia católica , princípios dos “novecentos”
.Sorte para o turista moderno,porque a febre do calçamento escorregadio de
pedra capistrana em todo o centro histórico,não penetrou no Beco conservado
pela força da segregação. Assim, uma oficina ao ar livre,revitaliza o
Mota.Convida ao diálogo e intima o povo a dar sua opinião.Quem sabe a próxima
rua será a sua, cidadão? Isto também é ser ética e ecologicamente correto.
Pés
de moleque escravo, seu sangue e suor tingiram as pedras, no tempo. Pés de
moleque sensual dançaram ao som de batuques da mãe África. Pés de moleque pobre
que vendeu doce de igual nome recheio de amendoim e rapadura. Com certeza pisou
descalço nos pés de moleque do Beco do Mota Mais adiante,calçou mocassim, se
tornou cidadão do mundo,tocador de sonhos criador de Brasília, o menino
diamantino cujo nome é Juscelino.Estando
presidente,gostava de ficar descalço em seu gabinete,após o expediente.Saudade
do seu tempo de criança,o Nonô, da pobre professora Júlia?
O turismo que cresce na cidade qual presépio
que reluz ano inteiro é uma indústria limpa, não poluente e gera renda. Eis,
mais um desafio para a municipalidade.
Conclusão
“Àquele
a quem muito foi dado,
muito
lhe será exigido” Luc -12,48
A “expertise” adquirida ao
longo de trinta anos, a filosofia implementada com o aprendizado cooperativista
e a aliança com a vontade política do bem estar social do prefeito Padre Gê,
nos fazem enxergar um claro sucesso, após o trabalho ser aplicado com
persistência neste projeto.
“Ser feliz é
reconhecer que vale a
pena viver,apesar de todos os problemas.
Ser feliz é
deixar de ser vítima e ser
autor da própria história.” Fernando
Pessoa.
Diamantina, 01
de agosto de 2010
Fernando
Antônio Linhares de Araújo
Diretor
Presidente da COOPITA
Anexo
I
Documentos,
registros e testemunhos
Fernando
Antônio Linhares de Araújo
Dados
curriculares:
Cursou seis
períodos semestrais do curso superior de Economia na PUC-MG em Belo Horizonte.
Da mesma
forma, estudou Engenharia de Minas na UFMG, na capital mineira, completando
oito períodos semestrais.
Graduou-se em
História pela FAFIDIA-FEVALE Diamantina MG.
Na atualidade
esta no segundo período de Gestão Ambiental pela Universidade Norte do Paraná -
EAD – Polo Diamantina.
Idem, para a
Pós Graduação em
Direito Ambiental –EAD, na mesma instituição de ensino.
FONTES E
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARQUIVOS
BAT –
Biblioteca Antônio Torres – Diamantina MG
PERIÓDICOS
Jornais
Estrela Polar, A. Diamantina, 1903-54
Voz de
Diamantina, A. Diamantina, 1914-58
Jornal Bom Dia
Jequitinhonha, Edição 1,2,3... 2008
REVISTAS
Revista de
Estudos Históricos. Faculdade de Filosofia e Letras da UFMG 1968 Vol. 4 e 5
Revista SEBRAE
– 2001 – BH – Mestres Minas, Ofícios Gerais
Revista Mãos
de Minas CAPE BH 2008
Revista
FEDERAMINAS Rochas Ornamentais e de Revestimento MG BH 2003
BIBLIOGRAFIA
COUTO, Sóter
Ramos. Vultos e Fatos de Diamantina. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1954.
DIAS, Marie
Ernest. Música em Diamantina no século XIX, 1981.
FERNANDES,
Antônio Carlos. Códigos Casimiras e Confissões. Urbanização e Vida Cotidiana em
Diamantina no final do século XIX. BH UFMG 2002.
FERNANDES,
Antônio Carlos. Entre o turíbulo e a chaminé, entre a fé e o trabalho. Tese de
mestrado 2008 UFMG BH.
FERNANDES,
Antônio Carlos. La Mezza Notte,
O lugar social do músico diamantinense e as origens da Vesperata. Diamantina:
Maria Fumaça, 2003
FURTADO, Junia
Ferreira. O livro da Capa Verde, 1996. UFMG.
SANTOS,
Joaquim Felício dos. Memórias do Distrito Diamantino. Vozes, 1978
TEIXEIRA,
Carlos Alberto de Oliveira. JK Cinqüenta Anos de Progresso em cinco anos de
Governo. Mercado Comum. BH, 2006
AMARAL, Maria
Adelaide. Juscelino Kubitschek, O Presidente Bossa-Nova
Observação:
À professora
Leliana Casagrande Luz,
O anexo I que
contém documentos, registros e testemunhos referentes ao projeto apresentado à
Prefeitura de Diamantina, não acrescenta interesse ao trabalho de sua
disciplina, através do portfólio.
Saudações,
do
aluno,Fernando Linhares.
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