sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Da recuperação das capistranas e do calçamento, o labor na pedra,o suor do rosto e a construção do homem.





SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
gestão ambiental

fernando antônio linhares de araújo















o projeto da revitalização de ruas e becos em diamantina
uma abordagem sistêmica

















 
Diamantina
2010


fernando antônio Linhares de Araújo

















o projeto da revitalização de ruas e becos em diamantina

uma abordagem sistêmica








Trabalho apresentado ao Curso de Gestão Ambiental da UNOPAR do Paraná, para a disciplina  Educação ambiental e desenvolvimento sustentável

Prof.  Leliana A. Casagrande Luiz








Diamantina
2010





PREFÁCIO







“Sabemos que educação ambiental não é uma área de conhecimento e atuação isolada.” (*). Característica marcante de um projeto transversal desta especificidade é a capacidade de aglutinar agentes sociais capazes de compreender a interdisciplinaridade que paira sobre as análises dos diversos elementos componentes da sustentabilidade da vida no planeta. Assim como a interdependência da intervenção do homem, nas relações de causa e efeito que se sucedem nos ecossistemas naturais. .Concerne a esta ciência ,o status de destacar-se  na prevenção e solução de problemas socioambientais administrando e gerenciando equações mas justas que harmonizem os saberes populares  e o da academia, sintonizados com o equilíbrio  da Terra.
Por outro ângulo, o pilar de sustentação da educação ambiental tem como infraestrutura, a busca de identidade entre as questões que permeiam a cultura, a religião, política, o social, o econômico, etc., todas inter-relacionadas com o meio ambiente. Potencializa o entendimento, integrando as ações sem redução do foco.
(**) “Aprender com/sobre a realidade, e na realidade das questões do cotidiano” é apreender o imbricamento dos diversos saberes; cultural, científico e da vivencia do mais simples dos seres humanos. É saber compreender a base conceitual da transversalidade da temática ambiental. ”Romper a miopia das disciplinas isoladas e construir o mosaico (eu diria caleidoscópio) de conhecimentos” (**), para enxergar a paisagem como um todo.


   (*)
      opus citatum, ipsis litteris - Educação ambiental e desenvolvimento
      sustentável - pág. 108
      Autora Luiz, Leliana A. Casagrande
      Editora Pearson Education - São Paulo -2009
(**)
     Ibdem - Luiz, Leliana –pág. 108 e 109.


O conhecimento, só nos é positivo como ferramenta para a mais valia de nossas vivências (Brandão -1977) apud Luiz, Leliana. Está aí, o cerne do elemento decisivo da relação da educação ambiental com o conhecimento. Importante se afirmar que a transversalidade é um quesito da educação desse gênero, onde é imprescindível troca de conhecimento e informações e, sobretudo o diálogo.
Segundo Paulo Freire (1996) apud Luiz, Leliana - buscar a capacidade de assumir uma presença consciente no mundo é buscar a autonomia. Sua mais perfeita tradução, dentro da filosofia da educação é não se isolar, se inserir no contexto social construindo o coletivo com seu tijolinho de saber. Isto perpassa pelo diálogo e seu eco que é a troca. O efeito é a interação que nos fortalece e nos adiciona ao todo que é a sociedade e o ambiente.
É sob a ótica do tripé da sustentabilidade; a ação social com direito e dignidade, a prosperidade de todos e a integridade ecológica (*) que submeto à avaliação da professora Leliana Casagrande, o projeto oferecido à prefeitura municipal de Diamantina, MG. Plantado pelo espírito solidário, cultivado com o adubo eficaz da ação de cidadania e a visão zeladora de empreendedor. Sem as normas técnicas e acadêmicas, mas recheado de entusiasmo, sonho e porque não, realidade que breve se avizinha.
É certo que os mestres de ofício da idade média serão catapultados para o séc. XXI.Enfrentei barreiras diversas, mas o “desafio é a nossa energia” (Petrobrás). Acostumado a superar obstáculos concretos, com o salto de qualidade,da poesia,da sensibilidade e uma dose balanceada de alteridade. A ponte levadiça do conhecimento me trouxe ao contemporâneo, aprendiz de gestão ambiental. Ferramenta hábil, a serviço de um novo paradigma - todos pelo todo. O bem-estar coletivo se sobrepõe às ações individuais.
 É claro que um horizonte de esperança se descortinou, pois que, o senhor prefeito e padre licenciado, acreditando em nossas idéias, incorporou- as como propriedade particular sua e vem realizá-las, breve. Em meu entender, Isto é diálogo pró-ativo, o famoso ganha - ganha de uma troca sadia, pilares da educação ambiental.





Gouveia, 07 de Setembro de 2010

Independência das Idéias

Respeito e cuidado a Terra (*)



         (*)
             A Carta da Terra - pag.85- op. cit.






Prefeitura Municipal de Diamantina - MG                              
Cooperativa dos Extratores de Pedras da Serra do Espinhaço Ltda.
                                                 Coopita




            O desafio da revitalização de ruas e becos em
                          Diamantina
                                    Da recuperação das capistranas e do calçamento, o labor
                 na pedra,o suor do rosto e a construção do homem.
                          Uma abordagem sistêmica

                                                         


                        Fernando Antônio Linhares de Araújo


                          Diamantina, 01 de agosto de 2010
                         Fernando Antônio Linhares de Araújo




                      O desafio da revitalização de ruas e becos em
                          Diamantina
                                    Da recuperação das capistranas e do calçamento, o labor
                  na pedra,o suor do rosto e a construção do homem.
                          Uma abordagem sistêmica



                     Trabalho apresentado ao prefeito municipal de Diamantina, Padre Gê
                              em parceria voluntária, no objetivo de resgatar às famílias de baixa
                              renda, a dignidade,a a auto- estima e cidadania Agregando o trabalho
                             e  promovendo   a  inserção social.







Fernando Antônio Linhares de Araújo
Cooperativa dos Extratores de Pedra da Serra do Espinhaço – COOPITA
Diamantina, 01 de Agosto de 2010
Agradecimentos


Agradeço a Deus, por renovar minhas forças após cada obstáculo superado; aos três filhos, pelo apoio e incentivo incondicional; aos amigos e colaboradores de nossa empresa, por fidelidade e solidariedade aos meus propósitos de trabalho comuns; ao prefeito municipal de Diamantina, pela receptividade e escuta ao nosso projeto social.



                                                                             



                 












                                                                                   
                                                                       No suor do rosto comerás o teu pão.”
                                                                                                                                 Gênesis 3-19

Resumo
                O presente estudo busca analisar as ações da prefeitura de Diamantina em parceria com outros agentes da inserção social, órgãos de fomento e cultura, cooperativa, cujo foco e também ator principal é o ser humano. Habitante periférico daquela urbe, patrimônio da humanidade. Estimular o homem no aprendizado remunerado, na recuperação do calçamento de becos e ruas, no resgate da dignidade, sob a ética do cooperativismo é um paradigma social do atual gestor municipal para o biênio 2011-2012. Uma abordagem sistêmica, interdisciplinar e com desenvolvimento sustentável. Clarear as metas e participar deste trabalho é nosso compromisso e objeto desta análise.

Introdução (*-II)
                         A idade média foi celeiro de artesãos e mestres de ofício, na construção de magníficas catedrais góticas com seus arcos e botáreis de sofisticada e engenhosa arquitetura esculpida na pedra. As agulhas erigidas como torres na cidade dos homens apontavam o infinito, a cidade de Deus. É um clássico exemplo da arte e habilidade de trabalhadores que fomentaram o nascimento do capitalismo mais adiante no tempo.

 Hoje, no apogeu do “ter é melhor que ser”, o ser habilidoso que esculpia, entalhava, em obras de cantaria, ou entalhe na pedra, o calceteiro é um “animal” em extinção. O que sobrou é uma massa disforme, os “from below”, a ralé. Contudo, o espírito criativo está latente ainda, por exemplo, no homem e na mulher do Vale do Jequitinhonha. Haja vista, a explosão de talentos na cerâmica, música, além de seu rico artesanato.
                       É neste prisma renascentista que pretendemos fazer uma breve leitura na perspectiva de recuperar os caminhos de Diamantina, irradiando-se originalmente do centro histórico, resgatando dignidade e cidadania de seus moradores de classe social mais baixa, através do trabalho na pedra, no intuito da construção do ser social.

Desenvolvimento

A família como célula mater da sociedade

                 Nos tempos de brilho, dos mestres e seus artesãos, a família era também o núcleo de trabalho, a primitiva e única “empresa”. O pai transmitia o conhecimento através da prática, aos seus filhos. Portanto era uma honra, suceder ao pai no lugar de um ourives, entalhador, ou um bom sapateiro. Não existiam médicos, engenheiros, advogados que surgiram com o advento do capitalismo. Existiam sim, as guildas ou corporações de ofício, muito importante para a continuidade do sistema corporativo da época. Pode se afirmar que eram formas embrionárias, do sindicato e cooperativa do nosso século. Para se avaliar a magnitude deste momento econômico, a burguesia nasceu também da mesma fonte medieval. Não cabe alongar, mas insistir na idéia da valorização da família como fonte de renda através de trabalho artesanal é pertinente. Vamos detalhar melhor, mais adiante.



À luz da co-operação, uma resposta ao capital opressor
Carece lançar mais um ponto, neste tecido de trama trabalhista; o sistema cooperativista. Uma nova luz se sobrepõe ao capitalismo que em sua essência, traduz a exploração do homem pelo homem.
                        A pioneira cooperativa surgiu na Inglaterra vitoriana, na decadência da revolução industrial, na região de Lancashire, através do movimento operário de tecelões que na miséria e opressão se rebelaram contra os patrões. Criaram um simples armazém cooperativo para atender as necessidades básicas das famílias dos 28 sócios fundadores que heroicamente contribuíam com centavos de sua moeda, mensalmente. Árduo desafio aos corajosos miseráveis. Isto foi há 166 anos. Depois de muita luta e muitos anos, se cristalizaram seus ideais e ampliaram suas ações. Para se ter uma idéia, esta empresa tem na atualidade um faturamento portentoso, acima do rendimento de multinacionais, com patrimônio extenso em docas, armazéns, navios, em toda Grã - Bretanha. É a tenacidade como raiz da esperança e da vitória.

Parceria na autogestão

Os princípios fundamentais do cooperativismo são semeados a cada plantio de nova empresa cooperativista em toda a Terra. Simbolizado por dois pinheiros (não há como cooperar consigo próprio...) sempre verdes e resistentes ao rigor do inverno mais severo. A bipolaridade comunista capitalista, já falida encontra-se no limiar de uma nova era de respeito e validação do homem e da mulher enquanto trabalhadores dignos, sob regime de autogestão em empreendimentos dos quais são donos e o rendimento individual é fortalecido pelo trabalho de todos. Este é o princípio norteador e agregador da economia solidária que hoje cresce e disputa os meios de produção com o sistema capitalista.
                        A humanidade evolui em ciclos, através do tempo histórico, quando reconstrói o passado e não somente o recorda. É necessário buscar novos horizontes, mudando paradigmas. E o tempo é o elemento da transformação. Quando pensamos que sabemos todas as respostas vem a vida e muda as perguntas.São elas que movem a nossa evolução
                         Somos precursores da extração de pedras quartzito na região. Há 30 anos lutamos com denodo e persistência. Depois de pesquisar sobre cooperativismo optamos em criar a Coopita, Cooperativa de Extratores de Pedras da Serra do Espinhaço Ltda, em 12/09/2005,* uma singela homenagem ao grande estadista e democrata, tocador de sonhos, Juscelino Kubistchek. O homem é do tamanho do seu sonho, na crença de um grande poeta português que ainda afirma: pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo. Mário Quintana traduz com sua sensibilidade: sonhar é acordar-se para dentro.

Reformulando conceitos, decifrando novos paradigmas

                          Veja quem e de onde estou falando. Até ontem, eu era um pequeno empresário, patrão, antagonista. Hoje é minha idéia que precede o advento de um novo tempo e um novo pacto social, numa região estigmatizada por relações servis degradantes e mesmo de escravização no passado. Vivo este novo amanhecer. Ontem guardado em meus sonhos. Compreender a filosofia do cooperativismo é compreender a marcha e tocar em frente, despido da tola vaidade de uma hierarquia de classe, contestável. Saber servir no edifício estrutural do ser homem, mesmo como simples pedreiro de uma corporação de ofício que ressurge e se recicla neste mundo novo e socialmente mais correto. Prefiro ser como a fênix revitalizada e saber usar as asas da liberdade e pousar sem risco e sem medo do laço do passarinheiro de políticas partidárias ou prisioneiro de acordos comerciais espúrios que inflacionam o bolso e fragilizam o espírito.

*Registro na OCEMG número- 1777 conf. determinação do artigo 06, inciso XI da Lei Estadual 15075/2004.



 Para conseguir sua maturidade o homem
  Necessita de um certo equilíbrio entre estas
três coisas; talento, educação e experiência.”
Santo Agostinho - Bispo de Hipona- séc. IV






                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                        Campo das vertentes das idéias

                          Caldeamento de nobres intenções é como liga metálica resistente e flexível. Têm a mesma química, os diálogos que precederam a decisão de aceitarmos ser parceiros juntos ao Padre Gê, naquele desafio exposto em público em sua oratória quando da inauguração do teatro Santa Isabel, no prédio restaurado da antiga cadeia e na presença de autoridades do IPHAN. No calor das conversas com o prefeito de Diamantina,
capturamos a idêntica ideologia do bem estar social.A sua origem simples, criado em família modesta , sua formação religiosa cristã que respeita o ser humano e reconhece seu valor,nos induz a aceitar o compromisso, compartilhado em nome da cooperativa.O universo das famílias que se associarão à COOPITA ,se encontra nos bairros periféricos da cidade.Inseridos em substrato que normalmente são atendidos pela subvenção de bolsa família, leite para a vida. Frutos de uma deteriorada e populista política de clientelismo. Os citados atores sociais, os núcleos familiares terão um ativo financeiro próprio,aumentando sua auto estima e diminuindo custos para a municipalidade,pois o cooperativismo por ser empresa de auto-gestão,se desonera com obrigações trabalhistas em relação ao sócio e cooperado.
                          Diamantina tem seu calçamento de pedras no sítio histórico, revestido com a rocha quartzito de grande abundância na região. O custo da matéria prima e frete serão minimizados pela curta distância até a jazida.

Objetivo social do projeto
Tópicos da Coopita e da fundação Fundamar *. Agentes na mesma parceria com a Prefeitura  Municipal de Diamantina.

                           Membros da Coopita (vinte) são associados da Coopegardi desde (13/01/2006). Espaço comum da Coopita junto à Cooperativa dos Garimpeiros(Coopergadi) que também recebe o incentivo do prefeito para o seu renascimento.
                           A Coopita pode absorver mão de obra ociosa de homens, mulheres e jovens, oriundos de família de baixa renda nos bairros periféricos de Diamantina.
                            A Fundação Educacional Ambiental-Fundamar* visa capacitar jovens e adultos em diversas áreas como artesanato, turismo, história da cidade e do garimpo, conhecimentos de extrativismo mineral e informática, educação ambiental, além de preparar profissionais para o mercado crescente de beneficiamento de rochas ornamentais. Preenche-se parte da lacuna do jovem que termina o segundo grau e não tem acesso ao curso superior, por falta de recursos financeiros.
                            São pequenas atitudes que podem gerar grandes mudanças.                  É a preocupação sócio ambiental gerando pelo trabalho, dignidade e cidadania.
                            A região suburbana de Diamantina tem boas reservas do quartzito (pedra mineira) a exemplo do Guinda e Sopa.Estas jazidas podem servir à prefeitura em serviços de calçamento de ruas, passeios e logradouros. Em caso de aquisição de área de exploração legalizada junto ao DNPM e com licença ambiental, se transferida à Coopita, poderá ser quitada com o fornecimento de matéria prima para calçamentos diversos e gerando renda para no mínimo vinte trabalhadores, só na jazida.
Importante frisar que a forma de remuneração da Coopita é de 90% do valor produzido para quem extrai a pedra. Isto equivale a R$ 1.100,00 mensais.

 “Tirando leite das pedras” e promovendo a inserção social.

                                Nossa experiência no Engenho, distrito de Gouveia, em três décadas  resultou em melhoria substancial para as famílias dos trabalhadores. Hoje, a comunidade tem a maior renda per capita da área rural, todos os casados têm casa própria, quase todos têm sua moto , carro e alguns possuem imóveis na parte urbana de Gouveia.
                             A fundação Fundamar, em Diamantina servirá de “berçário” na preparação e desenvolvimento dos jovens em atividades profissionais na cooperativa e também em outras empresas afins, qualificando-os através da capacitação.
A capacitação desenvolve habilidade no aprendiz com ênfase em aulas práticas, usando equipamentos mecânicos e eletrônicos, participação em dinâmica de grupo, cujo foco é a habilitação ao mercado de trabalho e a conseqüente agregação de renda à família do jovem.

Perspectivas promissoras

                             A demanda de pedras ornamentais atende o mercado local em expansão, além de outras cidades mineiras, destaque para a capital. São Paulo e Rio de Janeiro são mercados exigentes e com valores de venda bem mais elevados, propiciando melhores lucros.
                              Na atualidade existem máquinas que substituem o trabalho árduo de um operário na confecção de paralelepípedos (de pedra) para calçamento. São espécies de guilhotinas de alta pressão que cortam a peça sem risco ao operador. A produção é elevada, custo reduzido e barateamento de frete, devido o rejeito ficar na área da jazida. O percentual de resíduo que não é transportado é de 40% (quarenta por cento).
No caso de Diamantina, em ruas que não pertençam ao domínio do tombamento pode ser aplicado este tipo de piso de pedra em formato definido e custo menor para a municipalidade. Importante registrar que cada rua com 1500 metros de extensão, exige a permanência de 20 trabalhadores na pedreira para o fornecimento de matéria prima. Para o calçamento, pelo menos uma equipe de seis calceteiros e um oficial, para orientá-los.

Dotação de recursos oriundos do governo federal

                                 Em 2006, foi formatado um Arranjo Produtivo Local - APL, no Engenho em Gouveia, por meio do Ministério da Integração Nacional, com aporte de  R$ 2.000.000,00 , a fundo perdido. Foi aprovado o investimento. Mas, desafortunadamente não tivemos o apoio da prefeitura local. Esta falta de vontade política custou-nos o adiamento deste promissor incentivo, apesar de mantermos contato com os técnicos do Ministério que afirmam que continua em aberto a aprovação, exceto em períodos eleitorais (junho a dezembro).
Dedução óbvia é que a prefeitura de Diamantina apoiando esta iniciativa, a vontade política que carecemos será suprida.

Metodologia

                                   Quanto à metodologia de implantação deste projeto, se faz necessário alocar um grupo de 21 homens, no calçamento de ruas adjacentes ao centro, sendo coordenado por um mestre calceteiro em atividade junto à prefeitura, com muito conhecimento e talvez o único remanescente dos antigos. Após três meses de aprendizado, este grupo estará apto a trabalhar nas ruas centrais, na recuperação e revitalização. Um novo plantel iniciará atividades em outros logradouros de bairros da cidade. Após seis meses, poderemos em um galpão cedido pela municipalidade em terreno administrado pelo IPHAN, implantar uma escola de aprendizes de calceteiros, visando principalmente os jovens de sexo masculino. Simultaneamente, o incentivo ao trabalho artesanal com o rejeito de pedras, para o público feminino adulto e jovem, no propósito de aglutinar a família em torno do trabalho, construindo dignidade e renda.

Responsabilidade executiva

                                    A COOPITA responderá pela execução do serviço de calçamento, com preço, prazo, e qualidade previamente estabelecidos em contrato com a municipalidade. Em administrações anteriores, prestamos semelhantes serviços em ruas desta cidade, assentando cerca de 10.000m2 de pedras.


Logística operacional no centro histórico

                                     Em relação à área central, estamos cientes da vontade do senhor prefeito em ser prioritária esta demanda. Sabemos do envolvimento de diversos órgãos que se interpõem à liberação da obra. Portanto, se faz premente, após autorização da prefeitura para o início, entrarmos em contato com as autoridades envolvidas e conjuntamente estabelecermos a cronologia e apresentação de projeto de revitalização. Bem como, o comprometimento em relação às moradias, comércio, escolas, de seu entorno. Enfim, que seja algo harmônico, integrado, bem feito para que se faça de uma só vez. Minorando com isso, as reclamações por parte de moradores e turistas, proprietários de veículos que trafegam nas ruas centrais pavimentadas com revestimento de pedras há mais de um século.
Sugerimos “a priori” um plano piloto para o “start” do projeto educacional da sustentabilidade, apoiado em seus pilares, ambiental, social e econômico: A revitalização do calçamento em pé de moleque do Beco do Mota, tradicional reduto da zona boêmia e hoje, efervescente “point” turístico da Diamantina tão musical. Na verdade são duas vielas geminadas em forma de cruz, discriminadas pelo bispo e sua igreja da Sé de Santo Antônio.Tão próxima na medida dos passos e tão diametralmente oposta, pela ideologia imposta pela autoridade eclesiástica de repúdio às prostitutas, “teúdas  e manteúdas” pela aristocracia católica , princípios dos “novecentos” .Sorte para o turista moderno,porque a febre do calçamento escorregadio de pedra capistrana em todo o centro histórico,não penetrou no Beco conservado pela força da segregação. Assim, uma oficina ao ar livre,revitaliza o Mota.Convida ao diálogo e intima o povo a dar sua opinião.Quem sabe a próxima rua será a sua, cidadão? Isto também é ser ética e ecologicamente correto.
Pés de moleque escravo, seu sangue e suor tingiram as pedras, no tempo. Pés de moleque sensual dançaram ao som de batuques da mãe África. Pés de moleque pobre que vendeu doce de igual nome recheio de amendoim e rapadura. Com certeza pisou descalço nos pés de moleque do Beco do Mota Mais adiante,calçou mocassim, se tornou cidadão do mundo,tocador de sonhos criador de Brasília, o menino diamantino cujo nome é  Juscelino.Estando presidente,gostava de ficar descalço em seu gabinete,após o expediente.Saudade do seu tempo de criança,o Nonô, da pobre professora Júlia?
  O turismo que cresce na cidade qual presépio que reluz ano inteiro é uma indústria limpa, não poluente e gera renda. Eis, mais um desafio para a municipalidade.

Conclusão

                                                                                  “Àquele a quem muito foi dado,
                                                                                                                                muito lhe será exigido” Luc -12,48

                        A “expertise” adquirida ao longo de trinta anos, a filosofia implementada com o aprendizado cooperativista e a aliança com a vontade política do bem estar social do prefeito Padre Gê, nos fazem enxergar um claro sucesso, após o trabalho ser aplicado com persistência neste projeto.

                                                                                        Ser feliz é reconhecer que vale a 
                                                                                                                        pena viver,apesar de todos os problemas.
                                                                                                                        Ser feliz é deixar de  ser vítima e ser
                                                                                                                     autor da  própria história.” Fernando Pessoa.     











Diamantina, 01 de agosto de 2010
Fernando Antônio Linhares de Araújo
Diretor Presidente da COOPITA

Anexo I




 Documentos, registros e testemunhos


Fernando Antônio Linhares de Araújo
Dados curriculares:
Cursou seis períodos semestrais do curso superior de Economia na PUC-MG em Belo Horizonte.
Da mesma forma, estudou Engenharia de Minas na UFMG, na capital mineira, completando oito períodos semestrais.
Graduou-se em História pela FAFIDIA-FEVALE Diamantina MG.
Na atualidade esta no segundo período de Gestão Ambiental pela Universidade Norte do Paraná - EAD – Polo Diamantina.
Idem, para a Pós Graduação em Direito Ambiental –EAD, na mesma instituição de ensino.


FONTES E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARQUIVOS
BAT – Biblioteca Antônio Torres – Diamantina MG
PERIÓDICOS
Jornais Estrela Polar, A. Diamantina, 1903-54
Voz de Diamantina, A. Diamantina, 1914-58
Jornal Bom Dia Jequitinhonha, Edição 1,2,3... 2008
REVISTAS
Revista de Estudos Históricos. Faculdade de Filosofia e Letras da UFMG 1968 Vol. 4 e 5
Revista SEBRAE – 2001 – BH – Mestres Minas, Ofícios Gerais
Revista Mãos de Minas CAPE BH 2008
Revista FEDERAMINAS Rochas Ornamentais e de Revestimento MG BH 2003
BIBLIOGRAFIA
COUTO, Sóter Ramos. Vultos e Fatos de Diamantina. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1954.
DIAS, Marie Ernest. Música em Diamantina no século XIX, 1981.
FERNANDES, Antônio Carlos. Códigos Casimiras e Confissões. Urbanização e Vida Cotidiana em Diamantina no final do século XIX. BH UFMG 2002.
FERNANDES, Antônio Carlos. Entre o turíbulo e a chaminé, entre a fé e o trabalho. Tese de mestrado 2008 UFMG BH.
FERNANDES, Antônio Carlos. La Mezza Notte, O lugar social do músico diamantinense e as origens da Vesperata. Diamantina: Maria Fumaça, 2003
FURTADO, Junia Ferreira. O livro da Capa Verde, 1996. UFMG.
SANTOS, Joaquim Felício dos. Memórias do Distrito Diamantino. Vozes, 1978
TEIXEIRA, Carlos Alberto de Oliveira. JK Cinqüenta Anos de Progresso em cinco anos de Governo. Mercado Comum. BH, 2006
AMARAL, Maria Adelaide. Juscelino Kubitschek, O Presidente Bossa-Nova

















Observação:
À professora Leliana Casagrande Luz,
O anexo I que contém documentos, registros e testemunhos referentes ao projeto apresentado à Prefeitura de Diamantina, não acrescenta interesse ao trabalho de sua disciplina, através do portfólio.
Saudações,
do aluno,Fernando Linhares.

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