sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

O MINISTRO DISFARÇA MAS O GARGALO ENTALA O SISTEMA ÚNICO DA ENERGIA DE ITAIPU BINACIONAL



                                                
                             APAGÃO TRAPALHÃO



Parece brincadeira, mas a brincadeira não aparece. A coisa ficou preta e metade do Brasil dormiu no escuro da noite de terça-feira. Caso sério, caos e mistério. Primeira vez, Itaipu, orgulho nacional, ”deu pau”. Em seu labor de transformar água em eletricidade, sua ativa capacidade – parou! Deu curto circuito nas possantes linhas de transmissão e assim, o operador do sistema abortou a gestação da usina. A maior energética renovável do planeta deixou de gerar luz e força, para alimentar a vida inteligente na madrugada desvairada de uma Paulicéia que teima em não ficar parada.
O agito do Rio ficou sem o fio para plugar o frisson da moçada nas baladas de suas várias tribos. Há quem diga que até o Paraguai “levou ferro”-A ponte da Amizade foi iluminada à luz de velas. Ao contrário do país, a correição de formigas humanas que serve ao tráfego e ao tráfico contrabandeado-não pode parar!
Breu no Brasil, cinza na boca de políticos apressados em salvar a matriz energética tupiniquim, da sanha oposicionista em véspera de campanha presidencial. O ministro Lobão, foi mal. Fala atrapalhada, ele tentou “blindar” a imagem da candidata petista, Dilma. Enrolou-se todo, afirmando ser o apagão, um bem, pois com tal feito nos evitamos um mal maior! Destratou seus subordinados do INPE (Instituto de Pesquisas Espaciais). Despreparado, como todo bom político em cargo que exige capacitação, insistiu na tese que foi um raio, a gênese daquela zorra,aliviando a leitura crítica e técnica da saúde do sistema ,desde sua geração nas dezoito gigantescas turbinas binacionais.Fala sério!Onde já se viu o lobo proteger Chapeuzinho Vermelho!Será que “a vovó” Lula, “mandou ver”?
 O sistema interligado que irriga o progresso na terra dos “hermanos” brasileiros, precisou ser desligado. Sob o efeito dominó que se sucedeu a partir da estação de Itaberá, interior de São Paulo. Ocasionado por uma ruptura naquele ponto, da longa linha de transmissão desde a borda paraguaia. Debaixo de chuva, raio e trovoada de palavras da boca inflamada do Lobão:- nosso sistema é seguro, é avançado! Mas, um raio atingir a torre, é tão normal quanto cair um avião. Cruzes!Xô! Que comparação bizarra!Esqueceu-se do desastre da Tam em Congonhas, ”seu” ministro lobo?Uma tragédia com 199 vítimas ser embrulhada na mesma embalagem de um PAC (Plano de Aceleração de Crescimento)?Aqui defendido com unhas e dentes de um afiado, Plano de Apoio à Candidata. A mesma ministra de Minas e Energia em 2003-2005, mês passado, profetizou em episódio eleitoreiro que não haveria mais apagão no país, devido à robusta matriz nacional, acelerada em seu plano ministerial. Ao mesmo tempo em que alfinetava a administração de Fernando Henrique, antecessor do popular Lula da Silva. Até o Tarso Genro, da justiça, tentou ser fiel à balança do Planalto, soprando no arranhão petista, suavizando os efeitos: foi um mini incidente! Vem o presidente torneiro mecânico e sem aviso prévio, dá uma prensa geral e derruba um balde d’água fria na cabeça de quem queria ganhar o jogo ,sem antes ouvir o apito final do juiz :-Temos que apurar as causas do desastre!Cautela e bom senso, temperos indispensáveis à culinária política no intento da vitória. Dilma, a preferida de quem Obama chama de “o cara”, alma gêmea de Palloci e Zé  Dirceu ,recebeu uma cama de gato no seu  caminho das Índias, brasileiro.Fez caras e bocas nas primeiras horas,em entrevistas relâmpago e agora, simplesmente escafedeu-se! Mini incidente, curto circuito, desastre. Sob o olhar atento de cada um, versões diferenciadas do mesmo evento que apagou a malha de luz de fio longo. O tecido energético que cobre dezoito estados ficou roto, desintegrou-se na pedra que brilha-Itaberá.
Madonna, que tem luz própria, ceia na mesma noite, em reluzente espaço fashion na orla de Ipanema. Flashes monitorados por segurança reforçada, espocam em curta vida, capturando o brilho da super star. Na escuridão do blecaute irrompe uma alvorada de gritos. Fãs magnetizados pela presença de Louise e essa Luz, só pode ser Jesus, seu par. Seu “love latino”, seu” rolo” made in Brazil, está lá!A cinquentinha de curvas bem malhada agradece com um econômico sorriso, à lá Gioconda e sai à francesa, rumo ao hotel de cinco estrelas, cercada de sua guarda particular. Uma cama, muitas flores e bons vinhos, lhe aguardam em sua suíte presidencial (aliás, todo um andar lhe é reservado). Jesus Luz é seu partner nesse palco, cujo diálogo de amantes clama pela abertura do primeiro ato. Um cenário de sétima arte se descortina. Mil e um pirilampos, em consórcio com a lua ainda em sua silhueta minguante, pendurados no teto do mundo. Vênus no nascente inspira os corações e mentes, em seu ninho de amor bem no alto do arranha céu. Bem longe do silêncio singular nascido daquela madrugada fantasmagórica. Eco de uma cidade metida no escuro. Sensual, em sua geografia de mulher deitada, no perfil de suas mais belas praias, nua sob o sol! À luz do dia, seu nome é Rio, sobrenome Mar... Maravilhosa!
Na Estação Primeira da Mangueira, a noite passa do meio. O tamborim, o reco reco e o pandeiro, estão dormindo no berço do samba. Na plataforma de seu salto alto, um par de pernas nervosas e esculturais, caminha no breu do salão vazio do metrô. Sua dona é uma mulata esguia que gosta de samba. Chama pra si, o olhar guloso dos homens, como pára raio atrai a descarga elétrica que deseja penetrar na terra. Trabalha na zona sul do Rio. No Baixo Leblon é cozinheira de mão cheia, em casa de ricos. Retornava para seu barraco no Morro do Boréu, quando o trem parou naquela plataforma da estação famosa. Aguardava o fluxo se normalizar e o tempo fugiu. Assim também sucedeu com as pessoas em sua maioria. A moça assustada, assombrada pela cidade e seus fantasmas, desiste de andar a esmo Mesmo cansada, ficou estirada no chão de concreto frio da passarela, entre a linha e as catracas eletrônicas. Até o dia clarear, melhor se prevenir que se ferrar. O medo de bala perdida, roubo, ou quem sabe estrupo, a intimida. A bela presa apavora, se encolhe e congela. Não há platéia!Ir a pé é caminho para o suicídio. O silêncio aciona o gatilho do pânico. Celular não funciona. Não há guarda, ninguém! O instinto de sobreviver afasta a ronda do predador, ausente desse ambiente rarefeito de segurança. O jeito é ficar no escuro, tirar um cochilo no chão duro.
 Amanhã, um novo dia, um banho de água fria. Uma boa média de café que não seja requentada, um pão bem quente com manteiga à beça. Dar vivas ao Noel por essa graça de conversa de botequim com seu garçom, faça o favor e depressa. Dar graças a Deus, por estar viva! Voltar, apertada e apressada para o suplício diário, do trabalho. Na casa grande da zona sul.
Passista da Mangueira, mulher negra, carioca empregada na casa de branco. Meu pedido final: Não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar. O morro foi feito de samba. De samba pra gente sambar.
O Brasil vai sediar a Copa e o Rio Maravilha, a Olimpíada. Ôrra meu!
Disse o Lula em Copenhagen: é muita emoção!Ou será o Roberto...?

Frediaster minei rim

2010, Made in Kobuburgo,um grotão perdido no tempo das Minas Gerais

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