terça-feira, 20 de novembro de 2012

AJUDE A COOPITA A PRATICAR SOLIDARIEDADE E AO LULA "MARAVILHA" A COMEMORAR MAIS UM GOL DE PLACA...





Um dos sonhos sonhados, (todo dia monto cenário e palco para realizar meus sonhos) é criar um espaço cidadão no pátio de pedras da Coopita, por mim idealizada que reúna a fina flor dos “from below” (a ralé gouveiana), onde talentos múltiplos emergem pelas mãos criativas de homens e mulheres. Por questões socioeconômicas a etnia desses seres tem a matiz da raça negra da Mãe África. Lembro agora, letra da música João Bosco que ensina assim:
“Liberdade, liberdade!
Abra as asas sobre nós (bis)
E que a voz da igualdade
Seja sempre a nossa voz”
... Assim que penso em conviver, na prática da fraternidade e tolerância aos irmãos afro-descendentes que felizmente inundam o DNA de Gouveia, com sua fértil criatividade. Com hipocrisia, alguns habitantes dessa urbe tem o olhar da soberbia, “de cima para baixo”, como assim agiam os senhores feudais quando se aproximava de seus altos muros de pedra, um andarilho em andrajos, ou mesmo um mendigo leproso. Digo isso, porque tenho uma fina sintonia, física e de coração, aos homens e mulheres da raça negra. Em especial, minha sensibilidade e subjetividade se aguça, quando em contato com o corpo e a alma daquele povo do Espinho, (reminiscência quilombola) “lócus” e cultura que fundamentou tese de doutorado em Antropologia de uma cientista social da UNB. Mais de uma vez tenho atitudes de Dom Quixote a defender de fantasmas, os irmãozinhos menos aquinhoados ante a corja dos nascidos em berço de ouro, ou que assim se consideram superiores, no estrato da sociedade aqui estabelecida. Resquício sórdido do pretérito, desde o tempo em que esta região foi estigmatizada por relações servis degradantes e mesmo de escravização. Considero que o principal preconceito, não é relativo à cor da pele, sim, subordinado à condição evidente que a maioria daquela raça desafia em seu viver: sem-teto, sem-terra, sem-emprego, sem a educação formal. Parodiando Euclides da Cunha, esse homem negro, da cidade, ou sertanejo é antes de tudo um forte.
Cena da Casa Grande & Senzala
Mucamas, servos e seus donos. Sobras e migalhas às crias
Pintura de Jean Baptiste Debret

Dia da consciência negra
Despido de rótulos, mais ainda preconceituosos que vestem a nudez escancarada da miséria socioeducacional de nosso povo, independente da raça, sugiro: Deixar de ser um dia cravado no pé do calendário e passar a ser durante o ano todo, um jardim da infância da convivência cidadã, onde possamos permutar flores da experiência de cada um.
Permitir-nos, construir uma ponte para dialogar com o outro. Como a criança que dá sua mão, despreocupada com a cor da pele, da mão que a une à roda de ciranda. Sem medo de ser feliz. Ser criança é simples assim...




     A beleza e a sensualidade mulata, imortalizada na tela de 
             Di Cavalcanti, resultante direta doimpacto ambiental positivo,
          da opressão branca e a sujeição negra ,na geografia tropical
 da Baía de Todos os Santos e da Guanabara, onde se dizia que
não havia pecado do lado debaixo do equador.
A crônica abaixo, de minha própria lavra traduz com ironia, a “pérola” que o Lula tentou incrustar na campanha eleitoral da sua ocupante da vaga de presidente até 2014. Na sua fala fácil, mesmo de língua presa pretendia “criar” o feriado da Consciência Negra. Imagine leitor, se as outras raças (branca, amarela, indígena, parda, etc) exigissem o mesmo direito teríamos uma semana completa de puro ócio !


A CRIAÇÃO DO FERIADO



 A criação do mundo, pelo Arquiteto Universal, sabe-se que é uma obra magistral. Deus
projetou a Terra toda una e que o mar unisse e não separasse. O homem, traço principal de Sua engenharia genética nasceu, para representar seu Criador, crescer e desenvolver uma grande família terrena, iniciada por Eva e seu companheiro Adão.
Cometemos erros, somos humanos. Estamos vivos e multiplicando a raça. Graças à mãe natureza, à Eva ancestral e a todas as mulheres que ampliando sobremodo os sofrimentos da gravidez, dão luz ao gênero, envoltas em dores.
Desde cedo, reconheço e respeito à grandeza maternal. Acredito que em dias atuais, houvesse número maior de governos femininos, a paz habitaria entre nós, mais frequente. Coragem em agir com o coração, menor razão a enviar um filho à guerra. Carece ainda de explicação?
Um capítulo à parte, em Gênese é a relevância do trabalho na construção do homem na terra. “Em fadigas obterás dela o sustento. No suor do rosto comerás o teu pão.”
Volto a esse tema polêmico, logo adiante, quando debater o nosso país dos dias atuais.
A “criação” do Brasil, pelos lusitanos, sabe-se lá, quantos mil anos mais, tempos depois da grande obra do Mestre, ainda hoje “há controvérsias”. Será que foi acidente de percurso?Ou será que Cabral partiu de Lisboa, saindo do Tejo, com sua esquadra armada de treze navios, mil e duzentos tripulantes, espanhóis, judeus, indianos, além da maioria portuguesa, de “cabeça feita”?Certo é que o objetivo da viagem era aportar em Calicute. O Vasco da Gama, que estava afastado da série A do campeonato português de almirante, deu a dica pro nobre patrício. Álvares Cabral: siga a oeste de Açores, rumo à ilha de São Nicolau. Abra o compasso em semicírculo largo. Para se afastar das intempéries e calmarias, essa é a cama de gato. Ponha o sextante à funcionar. Até chegar ao caminho das Índias Muito se afastou nesse périplo. Passados quarenta e cinco dias “al maré” - terra à vista!
Na etapa final das grandes descobertas, Portugal era líder, empatado com a Espanha. Nessa partida iniciada em Lisboa e programada para terminar nas Índias, aos quarenta e cinco minutos do primeiro tempo, o inesperado: O achamento daquele lugar que a princípio, o dirigente Cabral pensara ser uma ilha. Batizado está: Ilha de Santa Cruz. Logo em seguida, substituído por Terra de Santa Cruz. O dono do time e rei, dom Manuel, achou melhor chamar Brazil.
Naquele momento, o único produto extrativista, viável na pauta de expansão mercantil é a árvore pau brasil.Deu nome àquele chão,a mão dominadora.Não se ocuparam em saber que Ibirapitanga traduzia o mesmo,pros verdadeiros donos daquela promissora gleba .Os nomes anteriores remetem aos domínios da fé católica.No período colonial brasileiro,essa mesma religiosidade exacerbada, em parceria com a Inquisição   (leia-se Companhia de Jesus),acumulou um enorme saldo de gols contra.Preconceito de  raça e credo,principalmente aos cristãos novos (judeus convertidos), assentados nas cadeiras do Tribunal do Santo  Ofício e aos  estrangeiros, na geral.
Aos povos da nova terra apossada, os portugueses, escolheram chamar de índios.   Demonstrando sim, a ignorância e a ausência de respeito à alteridade do outro. Diferentes etnias, vários troncos de linguagem, crenças. Da mesma forma se chamava em Portugal, de negro, independente da cor. Todos da galera, a massa que ocupa o patamar inferior, os “from below”, é a ralé.
Portanto, uma constatação: Batizar é nomear, dar nomes é conquistar, nomear é tomar.
A visão preconceituosa e eurocêntrica permitiu aos conquistadores catequizar,
escravizar para o trabalho extrativista e matar, para se apossar dos bens indígenas.
Enquanto os grumetes do capitão mor, Álvares Cabral cobriam com manto, as vergonhas nuas dos homens nativos, em visita à sua nau, com as velas de pau arriado. Na praia, os marujos excitados, descobriam o caminho das índias. Sem vergonha nenhuma, a aprumar o mastro. O pouco trabalho, não impediu de apreciar as vergonhas tão altas e tão cerradinhas e tão limpas das gentis moças de longos cabelos pretos. Aí ,a miscigenação brotou ,naquela terra em que se plantando,tudo dá.Voou pena de papagaio pra tudo que é lado.Um carnaval tropical,entronizava o cortejo lusitano,em terras que se creditava ser o paraíso.
O silvícola não se adaptou à escravidão exógena. Portugal, pretendendo alcançar a vitória na disputa mercantil e expansão marítima, não titubeou. Foi buscar recurso externo: cabeça de nego, para ser braço escravo. Corpo de baile macabro que dizimou milhões, enquanto perdurou essa mancha em nossa história. Cativos de eito ou garimpo, correu sangue do negro que tingiu com o selo da morte, o brilho de cabeças coroadas da Europa. Mais uma vez, o ciclo da monstruosa dominação. O fluxo de passos, da casa grande à senzala. Incremento na produção de bastardos, alienados. Um item a mais, em meio a mercadorias e animais. Entre a cana, o ouro e o café, a mistura das raças. Surgiu a mulata, Produto de ponta, no samba e na pauta de exportação da Terrae Brasilis.
A criação do Brasil começou na Bahia de todos os santos e orixás. Um porto seguro para um barco ancorado em corda de um só nó. De tramas de muitas raças, um nó de todos nós. De todas as cores, como fita da escadaria do Senhor do Bonfim. É certo que a Bahia tem, além de acarajé e quindim, a maior população negra de nosso país. E com certeza, a maior riqueza cultural afro descendente.
Hoje, nesse país tropical, governado por um presidente que insiste em afirmar que sua sucessora vai comandar uma nação líder, entre as potencias mundiais, o seleto clube dos G-8. Vale tudo, para eleger a candidata. A ministra subir no palanque em período pré eleitoral,virou rotina,mesmo aumentando a ferida na democracia que o “O Filho do Brasil” sempre lutou para conquistar.
A ditadura de Getúlio, também popular, criou para Vargas a alcunha de “O Pai dos Pobres e Mãe dos Ricos”. Fico pensando. Será que o controvertido caudilho Getúlio Dorneles, amigo de Hitler, o manda chuva de mortes na Grande Guerra, inspirou o dirigente sindical, nordestino e pobre?”Pau de arara”, ex operário,quando fala,arrebata. Ao contrário de Figueiredo, gosta do cheiro de povo. E a massa se identifica com o herói mitificado. Menino do rio de Garanhuns passou a perna nos letrados sem ter estudado, garoto esperto. Inteligente, tem um arsenal de frases de efeito que aprende ligeiro. É estrela pro mundo. Já tem filme até. Amparado por empresas com interesses no governo. No set e nos bastidores em Brasília, o que rola é que seu telhado de vidro embaça, quando há fumaça do seu legado de disseminação do antivalor. Ou ainda, carreiristas petistas ou não, no corredor do Congresso, em busca do mensalão.
Aquele que ninguém viu, nunca existiu e muito se falou.
Recente, em Salvador, na Praça Castro Alves, pertinho do Pelourinho, “ó pa í, ó”. Não há melhor cenário, o ex deputado da constituinte, agora, no mais alto cargo no palco da política, encenou uma peça chave. Na hora certa e lugar certo, anuncia a criação do feriado nacional da consciência negra.
Dilma Roussef esquenta o diálogo, tratada pelo chefe, como futura presidenta. ”O escravo foi sujeito ativo e criativo de sua própria história” Pra quem tem doutorado em
Economia, o efeito da frase é pífio. Como pode, uma mer... cadoria,(expressão do ex gordo, Faustão) ser sujeito ativo e criativo, na história de seu dono?Apenas merda mole, pras “vaquinhas” da platéia, ruminarem e aplaudirem...
Para quem desconhece, o verdadeiro idealizador do dia da consciência negra, é Oliveira Silveira. Um homem negro especial, nascido nos Pampas, foi poeta e tradutor dos sentimentos de sua raça.
Preferiu a data da morte de Zumbí e não da assinatura da Princesa Izabel, por entender que esta libertação, foi decreto de imposição do poder. A verdadeira liberdade vem de dentro. Orgulho e luta, unidos.
O poeta, já virou estrela. Deixa em obra simples, o que uma economista,
candidata de proveta, não consegue racionalizar.
Garimpei em sutil mensagem, a sua versão à flor da pele, negra.
 Em versos titulados, ”Encontrei Minhas Origens”.
“Em malditos objetos troncos e grilhetas”... No leste, no mar em imundos tumbeiros. Encontrei minhas origens em minha gente escura.
Nos lanhos de minha alma, em mim.
Nos meus heróis altivos encontrei”.
Uma consciência cresce paulatina e não tem cor, pois atributo do espírito é.
Se o nosso titular da presidência, já em final de segundo tempo, quiser agradar todas as raças, pois que, voto é quantidade, o que vale é a massa. Vai precisar de uma semana de feriado...
Brasil país continente é rico na pluralidade. Abraça a diversidade de uma maneira una, singular. Através do sentimento de humanidade, constrói seu futuro enquanto nação.
Está em nossa raiz e se ramifica até o inconsciente dos políticos contemporâneos. Seja quem tá na ponta da tabela e desponta como “o cara”. Amigo de Obama, Chavez e do mandatário do Irã, ou mesmo um prefeito discreto, de uma cidadezinha modesta. Falo da atitude de trabalhar com o suor dos outros, a prática de escambo e a fartura de escândalo.
Para finalizar, peço perdão a você meu rei, se muito alonguei. Disse o mesmo, o escrivão, Pero Vaz, em carta a Dom Manuel, quando acharam essa “terra santa”.  Cruz, credo.
O país precisa de educação e saneamento. Investimentos que não aparecem aos olhos do eleitor. Aquele por amadurecer em longo prazo, este por permanecer submerso.
A rixa com o time que perdeu o mando, seu antecessor é implacável. Temos a melhor distribuição de renda, a maior cota racial, o Enem mais inviolável, o apagão menor. Como Estado Liberal, não estatizamos nenhuma empresa. O melhor lucro financeiro de todos os tempos. A crise aqui, só fez cócegas na economia. Uma simples marolinha.
Para agradar o presidente que se regala com analogias futebolísticas, vem aí o
último lance.Trocar quinquilharias por voto,usar dinheiro do contribuinte para financiar feriado,é um absurdo,um escândalo.Serve de enredo do Samba do Crioulo Doido, do saudoso cronista Stanislaw Ponte Preta, que também esta na série B da vida.
A CRIAÇÃO DO FERIADO É ÓCIO ESTATIZADO
Faladaspedras
Julho de 2010 
 
Hoje, 20 de Novembro de 2012, Dilma é presidenta. Lula, apesar do "mal" que atinge seu orgão mais funcional (a garganta!), não aposenta a idéia fixa de repetir a "dose" pra cima e nos braços do povo (ou será polvo multi-braços?) e ser vitorioso, no terceiro mandato presidencial. Conseguiu ainda, em campanha da sua "substituta" e agora titular, a emplacar um gol político eleitoreiro criando o feriado da ociosidade negra (só!). Não deu tempo de contemplar o ócio às outras raças. No momento, cidades como São Paulo,Rio, Salvador, num coletivo abestado de 800 municípios, descansam em paz, brancos,pardos e mulatos, sob os auspícios da negrada, escravos de eito ou garimpo que manchou de sangue, cabeças coroadas de ouro e diamante, em distintas geografias da Europa. Oops! Correção! Não é politicamente correto,um ultraje ao rigor das leis "demo"cratus. É mais civilizado dizer: afrodescendente, ao invés de preto que é simples cor. Negro é raça,mané! 

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

REAJA GOUVEIA! MAIS UMA UTOPIA A NOS ENSINAR A CAMINHAR...

Você sabia ,caro ledor desse simples blog que , das 181 nações filiadas à ONU, o nosso "país tropical" é o único a pagar salário, (e bem "gordo") em sua geografia continente de 5564 municípios. Ôrra, meu!(lembrei-me do Faustão em seu Domingão).É muita grana que sai pelo ralo, melhor, do bolso "anoréxico" do contribuínte tupiniquim.
Fiquei sabendo há pouco, que existe um movimento popular, (Reaja Piracicabano) na progressista cidade paulista de Piracicaba que é contrário ao aumento abusivo auto decidido pelos legisladores daquela comunidade (66% de aumento) e também articulam a possibilidade de não remuneração, para quem exercer nas próximas legislaturas esse cargo que na República Velha era motivo de honra, sem bônus pro cidadão e isento de ônus pro município.
Excelente exemplo de ação cidadã, ativado por moradores locais piracicabanos que pode e deve ser um mote para ação cívica, em defesa dos nossos direitos e porque não, exercitar o diálogo junto às autoridades municipais(Câmara e Prefeitura). Evitando confrontos e equalizando conflitos e por fim, construíndo saberes e conhecimento...
Quero lembrar a todos aqui de nossa cidade (Gouveia-MG) que comentei sobre o tema acima, antes das eleições municipais. Alguns me taxaram como doido, alienado. Como ? Vereador ficar sem receber? Ele dá remédio , paga conta de farmácia, ajuda na condução até Belô! Isso é um misto de ignorância, bezuntado de safadeza (por parte do edil) pq a função do vereador é legislar, vigiar o executivo e não cabular votos, já pensando daqui a quatro anos. Queria ser morador de Piracicaba (SP), só pra ver nascer esse ato de cidadania. Se fosse aqui, na próxima eleição,ninguém se candidatava,rsrsrs, sem ganho pro Vereador que recebe proventos mensais saídos dos nossos bolsos de,( pasmem senhores gouveianos!) de R$ 4.276,00, para visitarem a Câmara, duas horas por mês e aplaudir sentado as, ações do executivo, por ignorarem o que´e legislativo ( a maioria, é claro!)Detalhe: afirmei o salário do vereador baseado na Lei Maior que estabelece um princípio de equidade, proporcional ao ganho do deputado estadual e tb relativo a população de cada município( no caso de Gouveia, abaixo de 20.000 hab.) Gosto de pesquisar,estudar a fundo o assunto em foco, aprender para depois, não" pagar mico". Pois sei que o saber não ocupa lugar. Mente vazia é oficina do capeta. Fico no meu cantinho, aprendendo sozinho e "não tô nem ai", pra opinião de quem não gostar, pois não dependo da política, para a vida me levar,vida leva eu...faladaspedras.
Ainda sobre o assunto de vereança quero registrar que o estatuto dos servidores públicos municipais de nossa cidade, já esta vigindo e o sindicato, com muita garra e dedicação de sua diretoria funciona no objetivo de dignificar a classe.Lembro ainda que os professores municipais se sentem humilhados, constrangidos, ainda mais agora cientes da absurda remuneração dos vereadores para "trabalharem " duas horas por mês e recebendo aquela vultosa soma desmerecida que sai do bolso do contribuínte que pensa quem paga é o senhor prefeito que ele mesmo elegeu. Santa ignorância! Agora reflita isso: (quem votou no prefeito).O senhor prefeito não tem poder nenhum sobre os legisladores municipais.Devido aos vereadores desconhecerem a função exercida, se submetem a acordos espúrios, em benefício pessoal e detrimento da massa trabalhadora que os colocou na Câmara.Além disso são responsáveis diretos, ( porque permitiram, tipo" vaquinha de presépio", a pintura em verde" capim limão", da casa do legislativo que é outro poder independente e distinto do executivo ).Repito: são responsáveis diretos, pela possível CASSAÇÃO DO ATUAL GESTOR MUNICIPAL. Na campanha conseguiu garimpar, miúdos 7 votos que lhe deram a vitória "esmagadora" de 0,05% sobre seu opositor usando de artimanhas de oratória, divulgando em alto e bom som que não estava cassado... e o povo caiu, em mais esse "conto do vigário". E agora, José! Como explicar, o que bem estampado está , na edição de Domingo, 11/11/12, do jornal O Tempo que o TSE, ainda vai julgar a elegibilidade do senhor Geraldo de Fátima Oliveira, com risco de não ser diplomado.Eu afirmo ainda que a omissão dos vereadores foi total e burra!. Além daqueles que atendem as ordens do senhor prefeito, como fica a situação dos três da oposição que permitiram o abuso de poder, à casa que eles dizem zelar, com democracia, justiça e o fiel cumprimento da lei? Parece-me que todos os nove eleitos se preocuparam apenas, em quanto ganhariam na função , sem investirem em curso de formação de administração de políticas públicas que a Assembléia Legislativa disponibiliza a todos os edis do Estado.Será também, por desconhecerem a legislação,por omissão,ou mesmo submissão a um governo autocrata? Se a carapuça servir, sintam-se à vontade... Como afirmei antes, não dependo de nenhum conluio da câmara ou prefeitura para exercer minha cidadania. Estou cuidando da política sim , a política social, a praticar cidadania, de agregar renda às famílias associadas à COOPITA, seja no trabalho extrativista, ou no artesanato e comercialização de produtos da terra, à partir da próxima sexta- feira, no pátio das pedras, na sede à margem da BR 292, Bairro São Lucas. Felizmente contamos com o apoio das prefeituras do Sêrro, Datas e Diamantina, além de inúmeros artesãos ligados à associações daqueles municípios vizinhos, numa inequívoca demonstração de que, quando a obra é salutar, a adesão maciça reflete a qualidade socioeconômica do investimento beneficente, ao principal ator social:O POVO.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

FUNIVALE TEM SABOR E CHEIRO DE FREIRE...

 





"A pobreza política produz pobreza econômica mas, o "analfabeto político" não consegue entender as causas da sua pobreza econômica."                                  P. Freire, Pensamentos 1996.






Hoje acordei "freiriano". Explico: Meu pensamento está ligado a um lugar impactante, na construção do conhecimento: Visitamos em nome da COOPITA, a sede da FUNIVALE, em S. Gonçalo do Rio das Pedras, laboratório empiríco e univérsico de idéias construtivistas/ altruístas que dizem respeito, ao saber popular. Fruídas e garimpadas na pedagogia da esperança de Paulo Freire, em sua dialética comprometida, com os oprimidos de todo o mundo. A contribuição de Paulo Freire, à história das idéias pedagógicas é vultosa e respeitada e também estudada e porque não, aplicada em diversas universidades espalhadas ao redor do mundo, assim como, na "Open University"( Universidade Aberta), Funivale, ora essa!." pra se comunicar com o mundo, fale de sua aldeia".Marshall McLuhan. O conhecimento deve-se constituir numa ferramenta essencial para intervir no mundo. Para Paulo Freire, conhecer é descobrir e construir e não copiar, como na pedagogia dos conteúdos. A educação não pode ser orientada pelo paradigma de uma empresa, que dá ênfase apenas a eficiência. Este paradigma ignora o ser humano. Segundo os construtivistas, aprende-se quando se quer aprender e só se aprende o que é significativo. 
  " Paulo Freire tinha um verdadeiro amor pelo conhecimento e amor pelo estudo. Mas dizia, conhecemos para: a) entender o mundo (palavra e mundo); b) para averiguar (certo ou errado, busca da verdade e não apenas trocar idéias); c) para interpretar e transformar o mundo. O conhecimento deve constituir-se numa ferramenta essencial para intervir no mundo.
Para Paulo Freire, o conhecimento é construído de forma integradora e interativa. Não é algo pronto a ser apenas "apropriado" ou "socializado", como sustenta a pedagogia dos conteúdos. Por isso, essa pedagogia sustenta, até hoje, a necessidade da memorização. Conhecer é descobrir e construir e não copiar. Na busca do conhecimento, Paulo Freire aproxima o estético, o epistemológico e o social. Para ele é preciso reinventar um conhecimento que tenha "feições de beleza".
A escola não distribui poder, mas constrói saber que é poder. Não mudamos a história sem conhecimentos, mas temos que educar o conhecimento para que possamos interferir no mercado como sujeitos, não como objeto. O papel da escola consiste em colocar o conhecimento nas mãos dos excluídos de forma crítica, porque, a pobreza política produz pobreza econômica. "Ninguém ignora tudo, ninguém sabe tudo", dizia Freire. Ninguém é ignorante de tudo, mas o "analfabeto político" não consegue entender as causas da sua pobreza econômica. Por isso Paulo Freire associava alfabetização e politização. A pedagogia neoliberal é uma pedagogia da exclusão justamente porque reduz o pedagógico ao estritamente pedagógico, buscando retirar da pedagogia a sua essência política. A pedagogia da esperança é o oposto da pedagogia da exclusão. Ensinar é inserir-se na história: não é só estar na sala de aula, mas num imaginário político mais amplo."
Opus cittatus: Lições de Freire- Moacir Gadotti, 1997- Campinas

Sugestão ao professorado desmotivado e desesperançoso com as ações educativas públicas, anêmicas e anoréxicas:" Bebam", Paulo Freire, no cotidiano. Se não tiver livro ao alcance da mão, click em alguma ponte (link) que os tranportem ao sítio(site), onde a cachoeira cristalina da sabedoria desse "menino cognitivo" flui perene e sacia de significado construtivo, o conhecimento do que se quer "apreender". Mas, há que existir amor ao conhecimento, amor ao estudo, amor ao povo, despossuído e oprimido, fé no homem, fé na vida, fé em Deus. Ponha na sua mochila/coração, além do amor e da fé, citados, na necessidade da prática laborial, no dia-a-dia, com o mundo lá fora e seu mundo aí dentro; alguns gramas de humildade, boa dose de esperança, a sincera confiança, os halteres da criticidade, a sutil tenacidade, a coragem persistente.Para que assim, municiados de raíz, asas e sonhos e inspirados pelo" plantador de futuro", merecidamente se "batize", em auto mergulho, no fundo do poço dessa água (sabedoria) abençoada, daquele recifense pedra bruta, diamante de brilho singular e plural, univérsico (uno & versus), nominado Paulo Freire...Faladaspedras.

O SABER É FRUTO MADURO COLHIDO EM HORAS VESPERTINAS...


  •                                           O vô Realino dos três filhos meus, simplicidade,sabedoria,habilidade
                                   Marina,  colhe rosa, rosa linda, flor mosura, flor menina, amor rosa
                    
     
                         Conhecimento X Sabedoria
     
    Pra mim, o conhecimento se adquire na primavera da vida vivida, quando cultivamos a leitura, principiada no bê-a-bá. É quando apreendemos as lições dos professores.


  • A sabedoria se colhe em nosso outono e vem nos acolher, sob a régia orientação do mestre tempo, quando nossas têmporas, já se agrisalharam na experiência de viver e ser feliz...

     O saber viver é fruto maduro e saboroso, adociçado pelo mel da maturidade, quando se vive no aqui e no agora (o presente). Alguns, aqueles privilegiados que alcançaram a melhor idade tem o merecimento doado por Nosso Criador de colher o quê, do bem plantado e adubado com amor em seu jardim interno, o coração...


  • Mar, mãe ancestral.Amor, carícia essencial.Filhos, semente lançada nas águas da vida. Vó Marina, Danniel (de fora), sua mãe e Mariana (de dentro).

           
     Isto é: para os que merecerem alcançar o patamar da maturidade, para quem não semeou ventos na primavera, não abusou sob o sol de verão, este vai merecer colher fruto maduro, mesmo entre passos estreitos, em meio as folhas secas de um outono, sereno e iluminado. Na sabedoria oriental , o dia se inicia em horas vespertinas.Bom refletir sobre isso, jovens primaveris. Carece meditar, onde e quando, se inicia nossa qualidade de vida, intensa e bem vivida. Acredito ser o aqui e o agora...no tempo e no espaço de cada ser, introjetado e interativado, no coração que pulsa amor...Faladaspedras.Grato Senhor, por esta manhã bemvinda, amén!

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O POVO QUER PÃO & CIRCO...

 Desta simples página, Fala das pedras que rolam presas ao pé-de-vento, de um blog redemoinho, eu vou soltar o verbo, inflando meu balãozinho de pensar. Dedicado ledor reflita comigo! Circo, mambembe ou não, inaugura sempre seu espetáculo, às sextas-feira. Tradição,arte, magia, tudo isso é simbólico, é pantonímico e mexe com o imaginário popular, aqui, ali, acolá. Betim, Bombaim ou, Bagdá. Viajo agora, ao Coliseu romano, as bigas, as brigas, as mortes. Cristãos, pagãos e o  leão. Fogos, fratricídio, festa. O imperador que dita a dor dos gentios, decreta: " O povo quer pão e circo." Volto à Gouveia e sua praça principal, ainda com ecos do circo de Roma, seu felino rei, com sangue cristão lambuzando sua cara e a algazarra insânia da turba de nobres, na arquibancada do estádio Coliseu apupando o espetáculo bizarro.
Imaginação, leitor paciente, imagem em ação consciente, combustível eficaz, fermento criativo de grandes idéias.
Eih! Fernando vamos aterrissar? Pois sim, sexta-feira, 9 de Novembro de 2012, antes de postar meu comentário é necessário inserir, o que recebi do jovem universitário Joaby Miranda,morador nessa nossa cidade:
"Acabei de presenciar umas das coisas mais podres na política em Gouveia. As contas da prefeitura do ano de 2010 (que já haviam sido reprovadas pelo Tribunal de Contas), acabou de ser aprovada por 6 votos a 3, numa reunião feita na camara de vereadores. Conta essa cheia de irregularidades, empresas contratadas sem licitação, em várias áreas de atuação. Enfim, enquanto houver esse partidarismo cego,
nossa cidade não irá progredir. E ainda soltam fogos comemorando as irregularidades, eh triste viu. Vou deixar registrado aqui os nomes dos vereadores e seus respectivos votos, para apreciação de vocês, eleitores, que decidem o futuro da nossa cidade em troca de alguns trocados:

Chiqunho: votou a favor das contas
Luzia: votou a favor das contas
Aderli: votou a favor das contas
Alfeu: votou a favor das contas
Alice: votou a favor das contas
Jacizinho: votou a favor das contas

Romario: votou contra
Miltinho: votou contra
Carlos do Caxambu: votou contra

Parabens Romario, Miltinho e Carlos, pela honestidade!"
 
Abaixo, o meu manifesto de repúdio que é solidário ao desabafo do lúcido jovem, Joaby, de sua maneira exercita a cidadânia e a dignidade compartilhada.

Tô pensando na politica,mas não pense você que é a partidária. Falo do exercício da cidadania, do compartilhar. Participar é historicamente inerente ao ser Homem. Nesse contexto,política é a arte que nos faz humanos. Somos todos responsáveis pelo Estado que construímos e a nossa escolha dos governantes. Em suma: ser cidadão é um ato político. Favor não confundir
com atitudes levianas e desrespeitosas, como hoje aconteceu na praça principal de nossa Gouveia. Participava, enquanto Conselheiro do Comitê de Bacia Hidrográfica, colegiado voluntário sob delegação da ANA (Agência Nacional de Água), quando fomos impedidos de continuar aprendendo lições importantes sobre gerenciamento de recursos hídricos, porque uma turba insandecida soltava fogos alí, próximo ao encontro de cidadãos cônscios, responsáveis, altruístas que largam seus afazeres aqui ou alhures e vão se ocupar de políticas públicas em detrimento de suas particularidades... Pois bem, comemorava-se a "vitória" conseguida através dos votos de seis vereadores, em conluio ao executivo municipal, em aprovação as contas de exercícios anteriores. Poucos, daqueles barulhentos e fanáticos manifestantes tem conhecimento que o erário municipal precisa passar pelo "crivo" da Instância Superior do Tribunal de Contas do Estado..."Oh Tempora, oh mores! Tradução: Cada tempo, sua moral. Acrescento ainda: Cada povo tem o governo escolhido e merecido. Necessário o exercício da cidadania, a participação real e não simbólica, pantonímica, ao som de rojões ensurdecedores. "É preciso estar atento e forte. Não temos tempo de temer a morte", de politiqueiros autocrátas e suas marionetes que grassam nesse caos, submundo subterrãneo de um Brasil continente. Educação é vetor de transformação social, mesmo com resultados inoculados, no "sangue" das gerações futuras é premissa de sustentabilidade, sob os pilares, social econômico e ambiental. "Coragem é agir com o coração". O que a vida quer da gente é coragem e esta ( a coragem) é o motor da superação." Guimarães Rosa. Mineiro, tão digno quanto o ex- menino pobre, negro, fluente em quatro idiomas estrangeiros e jurista, Joaquim Barbosa que está mudando a face brasileira, como ministro relator do Mensalão, aquele ato corruptor que "ninguém nunca viu,nunca existiu e... o Lula, lá no Planalto, de nada sabia. Brazil, mostra sua cara!!! Remember, Cazuza.

domingo, 11 de novembro de 2012

RITMO,HARMONIA,MELODIA,MÚSICA SOLO DE MEU CORAÇÃO

Lendo nas entrelinhas e introjetando mensagens subliminares que me instigaram e me sensibilizaram a retina de meus olhos e o profundo de minha alma, cativa de bons sentimentos, nesse domingo sem pressa.A chuvinha fina, humidade fértil convidou-me à reflexão:

No ritmo, na velocidade, no tom do batuque do tambor do peito
 
Essa vai endereçada e compartilhada, pra rapaziada que anda dispersa e não encontra tempo pra pesquisar, conhecer, aprender o que, no universo web, (dos Faces, Twitters, links), se passa na velocidade da luz. Quero registrar que aprendi há pouco tempo que a luz que nos orienta é a luz do coração, leia-se: do “nosso” coração!
Tem mais,

certeza eu tenho que o Criador me doou talentos. O acerto é compulsório, baseado nas escolhas, no que eu decidir, no viver a vida, sem deixar ela me levar. No que eu plantar, resulta no que irei colher. Isso é batata! Melhor, é o fruto da árvore que sou, seja boa ou má. Minhas ações é que vão desenhar o DNA de minha gênese.
Os talentos recebidos me foram doados, do ar absorvidos,quando nasci, pelo espírito (verbo) que habita a carne, pois que, humano sou. A alma registrou com letra pétrea, na minha consciência que é preciso repartir o pouco de sabedoria que colhi, no colo do Senhor.
A leitura que faço do “crescei e multiplicai” é desatar o nó górdio que nos une ao ego. Ser dadivoso ao próximo, no repartir com palavras amenas e letras dóceis ao semelhante, de dentro pra fora. Pedagogia ecológica interna, em um multiplicar geométrico do crescido e amadurecido fruto, adubado com o fértil húmus do Divino Amor.
Este exercício aeróbico capacita o chacra cardíaco, pessoal e intransferível, a ser volátil. Assim, pomba avoante migra para o jardim interno de seu próximo, mais próximo ou quiçá, distante. Com o arsenal de recursos do mundo virtual, sua palavra forte, ecoa em ouvidos, além do horizonte, onde o sol é nascente, pode ser um lugar qual a Coréia, Japão, ou Xangrí-lá. Janelas virtuais deixam vazar a luz de seu saber que é a luz de seu coração. Vamos, irmão! Coragem! E esta é o motor da superação.

As amazonas decapitaram seus homens,só restou delas o nome do grande rio. Viraram lenda, isto é mar...Que dó!

Esse desabafo de um coração solitário ocorre quando o desabamento do casamento assoreou as veias abertas nesse peito sensível de um macho que respeita o feminino que nutriu sua gênese e bloqueou o curso natural do húmus fértil que alimenta a "terra interna" sedenta do nutriente que mais carece: o amor incondicional (amor de mãe). Amar também é verbo transitivo direto entre a espécie dos humanos que bem se define no pensamento de Roberto Shinyashiki:

“Não é água de córrego, é água de inundação. Quando vem, traz consigo muita coisa junta. Como uma enchente com caminhos próprios, derruba muros, causa insegurança, dá coragem para enfrentar obstáculos que pareciam intransponíveis e também provoca medo.” 


Não guardei ouro e nem prata, faço o que posso e sei dar o que tenho que é esse ser que a mudança nesta vida, me transformou. Creio ser a realidade de me sentir rico, é o prosperar no plantio da doação, de dentro pra fora, pro próximo mais perto, ou mesmo distante. Aprendi também, após duras lições e algumas penalidades máximas que o amor é destilado depois do fermento das paixões e não precisa estancar seu curso, devido às reações do outro lado. 



Felizmente, nesta altura do jogo, não tenho medo de ser o que consegui ser. Preciso aprender a ser só, é a conjuntura que vivo, mas não me tornarei solitário se consigo amar a mim. Todavia, ”nossas riquezas ultrapassam o lado material e quando o amor é artificial, o dinheiro torna-se fundamental.” ”Os corações de gelo procuram juntar muito dinheiro, na crença de que compram tudo que necessitam, e só descobrem que essa não é a regra, quando percebem que estão sozinhos que não há dinheiro no mundo que pague o amor que desejam ter .
O chato da vida não é obter perdas ou derrotas. O limitante da vida é se tornar medíocre. Vangloriar-se de não errar, pelo medo de nunca ter tentado. Devido  nosso maior adversário residir dentro de nós, os outros são aqueles agentes motivadores que estabelecemos para superar nossos desafios.Os obstáculos não devem estorvar o direito de amar e ser amado. “Feridas da alma são curadas com carinho, atenção e paz.” Somos estrelas de razoável grandeza,não será uma nuvenzinha de aborrecimento que vai embaçar nossa luz.


 

BORBOLETA AZUL, SANGUE DE BARATA



   Corre a lenda montada em cavalos de puro sangue, que as amazonas esquivam-se habilmente, da imensidade de cipó e árvore da floresta tropical. Quando querem deitam-se, copulam e assim, só após a fecundação, sacrificam seu macho. Falo de um descarte compulsório, dentro de um feudo tirânico e sua inquisição nada santa. Nessa sociedade xiita feminina, não havia direito a habeas-corpus pro homem. Mil cabeças masculinas em bandejas de prata. Ouro, só nos adornos das amazonas. Não sabiam aceitar a convivência, com o brilho de seus pares e pais. Alguns perdigotos desse radicalismo medieval caíram catapultados como um punhado de troço no fosso fecal que delimitou o fim de meu casamento. Por alguns tantos anos, era provedor inconteste, absoluto! De macho reprodutor de boa linhagem (haja vista os três filhos de grande quilate) virei reles ex-marido de dona querida. No matriarcado provinciano que é a localidade onde vivo, aconteceu comigo uma metamorfose Kafkaniana - sem dinheiro, sem conceito, sem teto. Permito-me afirmar, contudo: esta conta não ficou assim tão barata!
   As borboletas azuis que ziguezagueavam meus sonhos juvenis, colorindo as idéias quando aqui aportei (neste mar de pedra) e constituí família - esvaneceram! Viraram fuligem_ herança desaprumada no tempo. Outro tempo eu tive em que armazenava o tilintar de moedas. Consegui cruzar o Atlântico e fazer a Europa. Já saboreei uma buonna massa italiana, é vero, em uma trattoria no Trastevere romano. Quanta ilusão, tanto engano! Uma suculenta laranja madura, depois de chupada, é pura e simplesmente um bagaço _ a ser chutado!
   Por outro lado, as borboletas azuis que se multiplicam miríade na densa floresta Amazônica, reapareceram rarefeitas ainda, em meus projetos do amanhã. Movido pelo bío-combustível Esperança, sou determinado. O desafio me alimenta de energia. Acredito sinceramente nas minhas origens, o princípio: o amor que me alimentou a infância criou raízes em mim. Depois de sugado no peito da minha mãe, circula em minhas veias abertas. O DNA está contaminado até o fim dos meus dias, por esta fé positiva, feminina. Que não ceifa vidas masculinas e não castra o direito de ser pai. Como fé de amazonas legendárias perdidas no tempo!
   Da mesma forma, qual o Castanheiro e a Samaúma, gigantes na exuberância da Amazônia, temos raízes, veias, capilaridades. São equivalentes aos pais, irmãos, descendentes. A parentela interligada, irrigando vida e retro- alimentando com amor o coração. Dessa maneira é que se deve ser. Sei que não é fácil. Amor é prática, é convivência, carinho, é atenção. Vamos agir então!
   Além disso, nem só borboletas arco-íris, animais saltitantes, mitos e fábulas matizam a maior floresta. Insetos picantes, répteis, febres e delírios, contribuem com os tons mais escuros. Destarte, o irracional habitante silvestre, quando acuado, agride. Ataca para se defender. Como na mata, somos animais gregários. Os iguais se tocam, mas o meu ritmo é bem diferente. Um gambá cheira o outro e nem só de pão vive o homem. Quem quiser que me decifre, não pensem que vou devorar alguém. Vocês filhos, se esquivam distanciando do rolo- este imbróglio familiar. Preferem não se unir e sustentar o relacionamento paterno, no local onde moram _ propriedade privada da matriarca. Aqui não rola o papel da autoridade do pai. Quantas vezes deixamos de nos encontrar, porque a porta do apartamento em Beagá estivera lacrada à minha presença _ enquanto hospedavam amigos por maior tempo! Recente, por vezes lá estive, breves dias. Saía sorrateiro ao primeiro alerta: _ Se apressa que a dona esta prestes a chegar! Necessita de evacuar a persona non grata. Que merda eu sou? O pai, mamma mia!Os filhos invariavelmente aceitavam. Fazê o que? Deixar a descarga de ressentimentos me levar?... No vaso onde plantam medo e dúvida? Um sonoro, NÃO! Tenho defeito, vários. Mas não tem outro jeito. Sou o pai, que Deus quis dar pra vocês. Respeito é bom e eu mereço!
    O habitat, na selva de prédios , na qual coabitam, é hospedeiro de uma síndrome de gênese feminina: Se não fosse eu! Quer saber? Demorou cara!
    Se não fosse eu, não teriam casa na capital.
    Se não fosse eu, não teria computador, internet.
    Se não fosse eu, e meu dinheiro você não se formaria em medicina.
    Se não fosse eu, que cada vez envelheço mais, adoeço mais e durmo menos, vocês não teriam o conforto que eu nunca tive na casa dos meus pais. Se, se... Se.
   É a avareza negociando os sentimentos mais nobres da própria cria. Sugando a seiva vital de mentes brilhantes, paga por ironia, alto preço com terapeuta. Sabe-se lá mano, encontrem a saída para vazar esta osmose. Ou seria simbiose opressora?
    Preste atenção filho indiferente: marido com mulher não é parente. Você sim! Lembre-se da árvore, sua raiz e suas veias. Rastreie a trilha do tempo de se olhar nos olhos e dialogue com seu pai. Quantas vezes decidiu passear com os amigos em outras paradas e deixou o véio na saudade, curtindo o isolamento?
   Haja com mais presença, menos presentes. Qualidade será melhor sempre, que a simples quantidade. Faça exame na sua consciência (não no cérebro de um paciente).
   Não sou inseto, e tampouco tenho sangue de barata. Escuta, filho fissurado em PC. Você deletou o arquivo do seu pai, no tempo de provedor. O passado de dez anos não cabe na sua memória soft, de não sei quantos gigabytes. Não tem leitura que reconheça o carinho paterno. Quem sabe um vírus deludor, penetrou? E agora, preguiça em se mandar? Todos os três tem a salvo, a inteligência hard, muito além da média. Jovens e rebeldes, _ bem natural! Porém, sofrem de uma amnésia conveniente e parcial
   Lamento o comportamento de vocês. Mas não ao ponto de ficar amarelo pânico ou roxo irado. (este é de ira . E por isso, com um beijo ditado por telefone digital, up-to-date- e à cobrar _ desencanam!. Pois concluem que a saciedade de minha sede de amor, assim se completa. Inteiro desconhecimento! Comparo tudo isso a uma taça de bom vinho_ Enviar por e-mail ou sedex, é boa intenção, mas é frustrante: vai chegar seca e vazia ao destinatário.mesmo, não é a versão fashion!). Avaliem uma tradução light (leia-se mais fácil) para esse paradoxo em minha caminhada: viver sozinho entre paredes de uma casa grande e ser escravo na senzala das dificuldades de uma pequena atividade, mesmo tendo uma grande idéia na cabeça! Ter a mesma cuca plugada com o mundo e estar ilhado em um mar mediterrâneo, cercado de atraso e terras raras de solidariedade, respeito, amizade. Deste mesmo meio, um consórcio funde a inveja, orgulho e ciúme, num banquete diário, onde até os miseráveis são comensais. De tudo isso, eu sou um sobrevivente a cada jornada preciso matar um leão. Continuo vivendo há 27 anos nesta selva, como aquele japonês que se escondia na sua ilha, há muito tempo. Não sabendo ele que a guerra já terminou!  Haja saco para sustentar esta solidão cacete!
    A piroga do casamento dos seus pais naufragou - perdida em um amazonas de dúvidas, preconceitos, prejuízos e medos. (Detalhe: nada a ver com vocês). Tal qual Ulisses (o brasileiro) em sua odisséia política, virou plâncton, alimentando peixes e se desintegrou.
     Árvore boa- o cupuaçu! Dá delicioso fruto. Conheço-o bem. Dá refresco também. Um sopro de vento Norte, pra vocês filhos- minha boa semente, plantada no futuro. No brilho de todos, um pouco de minha luz, na versão light (leia-se alvorada). O significado disso é que continuarei sobrevivente, dia- após- dia. Mas, não registrem em si, a impressão do que de mal eu fiz. Demorei trinta anos para decifrar o enigma que me devorava e nesse intervalo, apaguei a luz de meu pai.
     Só quem sofre, é que sabe medir a dor. Você filho, dentre em breve doutor. Sabe diagnosticar e medir, qual o tempo que nos resta, para a convivência neste planeta azul? Então, CARPIE DIEM!!!     

           Fernando das Pedras
                    13/08/2007

    (Pós domingo dos pais)