sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

UM NOEL DESAFINADO VESTINDO ULTRAJE A RIGOR





                                     UM NOEL DESAFINADO


A Conferência Climática que reuniu delegações de193 países em Copenhague está terminada, mas inconclusa. Um acordo pífio, selado por Obama, Lula e outros líderes emergentes no apagar das luzes do evento, ofuscou o brilho do foco na sustentabilidade planetária e colocou na bagagem dos emissários do “time dos pobres”, na volta pra casa, uma dose letal de frustração e tempo perdido.
Nada mais oportuno é vislumbrar os cartazes espalhados no aeroporto da capital dinamarquesa, como recepção aos principais dirigentes da Terra pelos ativistas das Ongs, Greenpeace e tcktcktck. (traduzido pro nosso sentido latino, é o movimento do relógio, marcando o tempo pro mundo acabar, tictac tictac...se nada mudar).Coragem e ousadia,acrescida da irreverência.Um tom premonitório balizou a ação dos ambientalistas. Foi pensado antes do começo da COP 15 e projetado para daqui onze anos. Agir agora para o futuro acontecer e ser feliz. Nos outdoors, os eminentes gestores da mãe natureza, Gaya, aparecem envelhecidos, naquele fatídico 2020, pedindo desculpas por não terem evitado a catástrofe climática. Lula lá, fez parte desse seleto grupo de notáveis, enquadrado de paletó e “bravata” em uma foto 3x4, mais parecida com a de um lambe lambe de parque antigo.Revelada no ocaso de um Papai Noel,de volta do futuro, deprimido,barba branquinha, cabelos bem brancos e ondas de arrependimentos, por sobre os olhos tristes e orelhas de abano.Começo a suspeitar que novas gerações de computadores possam escanear traços de sensibilidade em face humana, será?
O discurso do presidente dos brasileiros até 2010 não foi de todo vazio. Segundo analistas, perdeu a chance de mudar os pesos na balança daquela importante reunião. Algo que é marca registrada do “Filho do Brasil”, sua inteligência verbal, não tava usando ”pilha eveready”, naqueles dias. Mesmo no improviso final, sua estrela piscou mais que brilhou. Será que desejava ficar atrelado ao star, Barack, dos EUA?
 Lula, você pode salvar o planeta, mas não pode salvar sozinho. Junte-se a nós e outros ativistas como o Greenpeace e jogue a favor do planeta. Baixe a bola, largue a equipe do primeiro mundo e passe a jogar seu futebol nos verdes campos do nosso país. Defendendo a área da Amazônia, saneando o time da várzea do Tietê, até mesmo a transposição das águas do São Francisco pra refrescar a galera da ala do nordeste. Faça primeiro o dever de casa, garoto perna de pau de Caetés de Garanhuns e amante do “soccer player”. Só que graduado a profissional, só assim “antão”, saia por aí, vendendo idéias no gramado dos outros.
Segundo o pacifista e por que não, ambientalista, Ghandi, ”o cara” que derrotou a esquadra dos conquistadores ingleses, no campeonato da independência da Índia, sem dar um tiro a gol, ”seja a mudança que você quer ver no mundo”. E mais, Lula, largue a mão da Dilma, sem seu carisma e fazendo corpo a corpo com você mesmo em todos os palanques, aqui ou acolá. Quer fiasco maior, quando a “Chefa da Delegação Brasileira,” na Conferência, afirmou: “o meio ambiente é, sem dúvida nenhuma, uma ameaça ao desenvolvimento sustentável. E isso significa que é uma ameaça para o futuro do planeta e para os nossos países”. Um mico desses, num cenário ecológico tão rastreado pela mídia, se agiganta e ganha dimensão similar a um King Kong. Portanto, senhor presidente, um desabafo de um eleitor seu que já arrepiou carreira e não “volta” mais. Sua candidata falou besteira em outro comício na “cozinha” da casa grande Brasil. Lá na Bahia, meu rei, de todos os temperos e terreiros, ó xente!Ela disse assim: “O escravo foi sujeito ativo e criativo de sua própria história”. Como economista, “foi mal” em ecologia, nas redundâncias e na história. Sabe-se que a visão mercantilista da coroa portuguesa míope enxergava o homem escravo como uma mercadoria, qual um muar, bovino ou um punhado de rapadura. Não havia como fazer um doce deleite a lida do nego, ”né veio”!A moçada, em seu dialeto tribal diz: “sinistro!”. Com o ministro Carlos Minc, do meio ambiente, Dilma divergia à luz dos flashes, no mar do Norte, parecendo uma baleia encalhada na própria balela. Ao final, de cara e vergonha lavadas, se deixaram entrevistar. Tudo como dantes, no quartel do Luiz Inácio.
Lula da Silva desbravou mercados por esse mundo vasto mundo, mais que o pioneiro navegador veneziano Marco Pólo e mais ainda que o genovês Cristóvão Colombo. Este se inspirou na aventura de seu patrício ousado, para chegar às Índias, circunavegando o Globo, ao contrário da rotina à sua época. Deu no que deu: o achamento da terra de Obama. Batizaram-na de América, em respeito ao capital investido na missão, por subvenção de Américo Vespúcio. Começa cedo o uso da força do dinheiro. Talvez aí a origem dos atuais propinodutos que vem branqueando e colocando de molho as barbas de quem tem telhado de vidro. Nom é vero?
Rima bem com o republicano dos trópicos, as barbas do imperador, do alto de seus olhos azuis e 1,90 de estatura, o austero e autêntico “pai da pátria”, dom Pedro II. Na sua simplicidade de monarca, governou por 49 longos anos, o Brasil que sempre amou.
O quesito comum aos dirigentes dos dois gêneros de regime político, fica por aqui. O retrato apaixonado esboçado pelo historiador José Murilo de Carvalho é o perfil de um homem de valor e caráter. ”Nasci para consagrar-me às letras e às ciências”. Sua fé republicana, o fazia crer que, se instado a escolher um cargo público, preferiria o de presidente ou ministro ao de imperador. As circunstâncias dos tempos modernos são outras, mas você acredita que o Lula desejaria o retorno da família monárquica à direção do país?
O povo assistiu bestializado a deposição do imperador que “dançou” depois de terminado o último baile na ilha Fiscal. Entrou de gaiato no navio que o levou ao exílio,
com escala em Portugal, onde veio a falecer sua esposa Teresa Cristina. Após dois anos, em Paris, morre aquele brasileiro, o rei e nós, separado por um oceano de saudade.
Depositamos no fundo do mar nossa maior conquista cívica, por não reconhecermos seu valor. Tesouro moral que em toda a juventude de 500 anos do Brasil, empata em primeiro lugar com Getúlio Vargas, no critério de personalidade mais influente. Dom Pedro II preconizava, àquela época, como pré requisito na formação de um povo político,inda mais que a educação,a construção do próprio cidadão. Quanto às esmolas aos de baixa renda, dispensava mais recursos que proporcionalmente o programa de bolsas família, atual. Sem o marketing da estrela vermelha, é claro!Contrário à escravatura, amargou esse regime desumano em seu reinado por 47 anos. Gostava de viajar, mas curiosamente, contraia empréstimos para quitar seus investimentos culturais e científicos no exterior. Mesmo sendo monarca, nunca aceitou aumento de seus proventos, sob insistência do parlamento. Liberou, através de suas próprias expensas, centenas de bolsas de estudo, no Brasil e em outros centros destacados.
Enquanto o atual governo empresta dinheiro pro FMI, o imperador D.Pedro II e
seus velhos olhos azuis estavam às voltas com o apoio às pesquisas pioneiras do francês Louis Pasteur, antes de ser respeitado em seu país. Ligava a mínima para as críticas, permitindo a imprensa sem censura, mesmo os republicanos chamando-o de Pedro Banana, criticando-o por seu sono exacerbado, provocado pelo diabetes. Sabemos que, mesmo veladamente, a censura tece sua teia, numa democracia de fachada, sob as cortinas impregnadas de intrigas e escândalos, nos suntuosos palácios do Planalto Central. Taí um bom exemplo de estadista e político que, mesmo no baú empoeirado de nossa memória, nos remete uma reflexão. Que tal repensar a nossa cidadania, no exercício do voto, agora em 2010?


Há um magote de desonestos e corruptos vestindo ultraje a rigor, no executivo e também legislativo. Fazendo uma zorra lá fora, com o dinheiro do povo. Como o amigo da onça, malandro carioca que espeta o gato do vizinho, estica o couro na cuíca. Faz farofa com a carne do bichano, molha o bucho com a pinga, dependura a conta no boteco e vai pra Vila Isabel cantar o samba de um Noel desafinado. Do tom que no fundo do peito bate calado, um coração.



  Frediaster mineirim
Novembro 2009, made by myself in Kobuburgo, grotão cultural, curral eleitoral,lost in time…
 


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