DAS BRUMAS DO MEDO À CLAREZA DO AMOR
Eu
tenho medo, da gangorra insana que me despencou criança, do
paraíso ao caos.
Eu
tenho medo, pois recém nascente sou, sol caleidoscópico em
primavera de um frenesi catártico, metaforizado em sutil “butterfly blue”, vôo leve, asa delta na serra da Chapada dos
Veadeiros.
Eu
tenho medo, depois que meu corpo denso, com a fala esquizofrênica,
caiu na contra mão, atrapalhando o trânsito das idéias fluídas.
Eu
tenho medo, pois que, meu par amado de asas da saúde e de DNA
sucessor, oscila na ponta do cristal da mania, até a sombra labiríntica da
depressão.
Eu
tenho medo, pensam que são fortes e ainda não o são, sãos.
Eu
tenho medo, lidam com a saúde medicina, divorciada do segredo
secreto, de seu sagrado coração.
Eu
tenho medo, aprenderam a curar doenças, sem a perspicácia saneante
de feridas emocionais.
Eu
tenho medo, de quem se concedeu à autoridade da fala
descabida, fruto da febre da Rosa de Hiroshima, flor negra que medra na lama do
asfalto e seu húmus é o estresse da cidade que cresce exponencial, mas somente na linearidade ínfima da
potencialidade do “homo erectus”, tido por sua própria conta como:
”sapiens, sapiens.”
Eu
tenho medo que adoeçam, na vã tentativa de curar a impaciência
dos pacientes, em si, internados.
Eu tenho medo
que desconheçam que mentes brilhantes “soi-disant”
qual estrelas, sem a conexão direta com o coração, se ofuscam e morrem.
Eu
tenho medo que invertam o brado e passem a ordenar e desrespeitar a quem lhes
trouxe “grácias à lá vida”, em total
ausência de eutimia ao Espírito Criador, presença onisciente nessa cosmo gênese
tão bem equilibrada e sutil e que nos é lição da
“anatomia”universal,simples,bela e de poder infinito.
Eu
tenho medo que, aprisionada em torres de orgulho, caixas
cranianas qual muralha chinesa, sua elevada ciência acumulada em diques de
conhecimento acadêmico caia em cova rasa e feneça. Sem antes florescer, no
latifúndio da sabedoria que emana do Divino
e habita o humilde e humano.
Eu
tenho consciência que a experiência da dor que me
acompanhou por dezenas de anos foi professora e promissora, na segura
demarcação de minha sanidade, pois na minha identidade há o pertencimento das
digitais do Amor, Deus o é e seu dedo, a
tudo cura.
Eu
tenho certeza que o Amor humaniza,lubrifica,tonifica, qualifica e assim, é simbiose
proativa entre os seres que dessa forma o querem. A forma é a ordem, o amor é conteúdo.
Eu
tenho clareza que o
amor é antídoto para a escuridão dos males de todas as naturezas, a Mãe Terra plantou em nós, em
profundidade acessada somente pelo espírito e na medida do merecimento,
possamos colher luz para afastar as brumas, neste caminhar vacilante no negro
da noite, nesse planeta ainda azul.
Gouveia, madrugada de 18 de Outubro de 2011.
OS - Amanhã levantar-me-ei sem dor, sem mágoas, sem
ressentimentos.
“Perdoai-os Pai, eles não sabem o que fazem.” Lucas,
Novo Testamento.
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