sexta-feira, 11 de outubro de 2013
TEMPOS MODERNOS DE DIÁLOGOS VIRTUAIS CARTAS ANTIGAS EM ESCRITAS MANUAIS...
TEMPOS MODERNOS DE DIÁLOGOS VIRTUAIS
CARTAS ANTIGAS EM ESCRITAS MANUAIS...
"Ela abre as correspondências trazidas pelos correios. Faturas do cartão, contas de telefone, de luz, de água, praticidades, urgências da vida, banalidades do cotidiano...
Nenhum cartão. Nenhuma carta (não se escrevem mais cartas?) que lhe conte que uma flor nasceu no asfalto, que não há armas químicas na Síria, que nenhu
m jovem foi morto em rachas nas ruas e esquinas da vida...
Só lhe resta mesmo pagar aquelas contas, cobranças compulsórias bem mais fáceis de serem pagas que outras, aquelas que nos cobram uma coragem que ainda precisamos inventar!" Fonte - Ivonete De Lima Ávila
Quero dizer que ainda escrevo cartas, só que agora, as atualizo em mídia digitalizadas . Se catapultaram em crônicas quase que diárias.
Simples assim...
Contudo, daquelas antigas e manuscritas, ainda guardo saudade.
Não gasto mais tinta de caneta esferográfica, pois que, além de canhoto, minha letra é uma lástima!
Abaixo, minha reflexão a respeito das cartas escritas com o coração:
ANTIGA MENTE BRILHANTE MENTE
No princípio era o verbo. Cálidas palavras proparoxítonas preenchiam emocionadas cartas. Flechas de cupido vazavam corações entrecortados por geografias apartadas.
No demorado tempo de vinte dias, correspondiam ansiosos, mãos jovens temperadas de paixão e sonho. Que seja infinito o amor, enquanto dure. Pois, sendo chama permite que não seja perene, que pena!
Passou... Passaram mil e uma noites, milhares! Estrelas brilharam no céu, fazendo sua peregrinação, na rotina cósmica do caminho de San Tiago.
Entregamos as armas que nos permitiam viver o calor das batalhas verbais
escalar desafios em picos de afeto, pra quê?
Não os merecíamos mais.
Nem cordas, nem elos, nem mesmo ganchos atracados à rocha
de sólido sentimento- O AMOR.
A Terra fez muitas de suas revoluções, grisalhando minha cabeça, mas preservando sensível e brilhante mente, cérebro doado por DEUS.
Que NO PRINCÍPIO ERA O VERBO...
Levando a bola da minha vida, cada vez mais próxima do fim do jogo
(isso é implacável a todos viventes), percebo que vivi até aqui, sem muitas goleadas adversárias. Pouco dinheiro, mas com saúde e sorte.
Estou feliz, não sou rico, prosperei. Um rei sem rainha e sem reinado. Amado sim, os três filhos assinam abaixo. Cuca fresca, mente arejada, pois bons ventos sopram (ou sussurram idéias poéticas?) promovendo fantásticas viagens, deslumbrantes roteiros, agenciados por pensamentos robustos,registrados em diário de bordo, atualmente guardados na memória farta e veloz de um micro computador, esse tal de PC.
Onde foram se abrigar as cartas do passado? As românticas, perfumadas, fios de cabelo da amada e ainda aquelas, ah! Com beijo selado em batom carmim?
Viraram pó, comidas por traças da modernidade.
Travestiram-se em texto de vestido curto, tecido na velocidade da luz, libélula fugaz. Seu discurso eletrônico é oco, sem eco, ou refrigério ao nosso bem escutar.
Inda tem mais...
O ritmo fast e frenético aleija a língua pátria, atropela o léxico.
E o insosso tempero dos argumentos intoxica a escrita.
A máxima é: Time is Money, be brief! O mesmo que: seja breve!
Pra mim, verborrágico assumido, nothing easy, nada fácil!
O que é o pior, pra esse prolixo escrivinhador:
Poucos respondem, na azáfama do dia a dia.
"Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores" Fonte - Casimiro de Abreu
Distanciados, por geografias apartados, sem link da internet, ou e-mail, os corações entrecortados encaminhavam a real e afetiva carta, agasalhada em envelope verde amarelo, tarja azul e branca, escrito assim: Par Avion! Continha o sofrido e excitante sentimento, adicionado a um selo que voava nas asas do CAN - Correio Aéreo Nacional.
Dias se passavam e pousava líquido e certo (com AR - aviso de recebimento) no endereço físico, do galante missivista ou da musa que tanto inspirou e suspirou.
Virtual mesmo, era a cascata suscetível de impressões vazadas – pingos de ternura, como nas cartas de uma Marília e seu Dirceu, de um Abelardo e sua desejada Heloísa.
Cartas emocionadas preenchidas por cálidas palavras proparoxítonas,
qual flechas de cupidez, vazavam corações e mentes apartadas...
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Merces Silva
,
Lindiomar Beatriz Antunes Diniz
e
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Ivonete De Lima Ávila
Lindo texto!
4 de outubro às 14:50
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Fernando Linhares
Você já o conhecia né, Ivonete? Nesse contexto, ombreando ao seu, eu acredito que a obra se robusteceu!
4 de outubro às 14:55
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Lindiomar Beatriz Antunes Diniz
Amei o texto
Fernando Linhares
. Como era bom quando recebíamos o correio com cartões de felicitações ou mesmo cartas de parentes distantes. Sem contar que se formos mais saudosistas bilhetes de admiradores.rssss abraços
4 de outubro às 14:58
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Fernando Linhares
Isso aí, Lindi! Somos do século que passou, mas em mim se fixou pra sempre (e felizmente ) o sopro de boa brisa sussurrando ideias poéticas. Ainda bem que o mesmo acontece em você, né
Lindiomar Beatriz Antunes Diniz
?
4 de outubro às 15:02
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Fernando Linhares
compartilhou a
foto
de
Gandhi era o Cara
.
3 de outubro
PEÇO QUE NÃO PERCA SUA PACIÊNCIA COMIGO
ME APRESSO EM DIZER QUE APRECIO REPLICAR
TRÊS VEZES O QUE PERCEBI VALORAR
SE QUISER SABER PORQUÊ DEPOIS TE EXPLICO
"Perder a paciência é perder a batalha" Mahatma Gandhi
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